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Iniciação científica amplia oportunidades para estudantes de graduação
Treinamento sobre radioproteção e o plano de proteção radiológica do IRD - Foto: Heloisa Barra/ Ascom IRD
Alunos de graduação que sonham em se tornar pesquisadores têm na iniciação científica uma alternativa para aproximar esse objetivo do seu cotidiano. No IRD, o grupo de graduandos com bolsas do CNPq e da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) reúne 22 estudantes, que tiveram seus novos projetos ou renovações aprovados pelo edital de seleção em agosto. Eles participaram de um treinamento sobre o plano de proteção radiológica do IRD, normas da CNEN e preceitos de proteção radiológica no dia 20 de agosto.
No treinamento, os alunos tiveram uma apresentação sobre normas da CNEN e preceitos de proteção radiológica. Aspectos em destaque foram a importância da cultura de segurança e das áreas de atuação do instituto por meio da estruturação dos laboratórios do IRD. As áreas são classificadas de acordo com o tipo de atividade realizada. É fundamental que as normas de segurança sejam conhecidas e seguidas e que essa cultura seja disseminada, desde o início da formação dos futuros profissionais e pesquisadores.
Os temas dos projetos em desenvolvimento são diversos, passando por metrologia, ambiental, física médica, dosimetria, biofísica, entre outros. O projetos têm duração de um ano, renováveis por mais um período. Outras unidades da CNEN selecionaram estudantes nessa modalidade, pelo mesmo edital, totalizando 94 alunos, orientados por profissionais dos institutos de pesquisa da autarquia.
Matheus Rebello do Nascimento cursa o quinto período de física na Uerj e ainda no ensino médio foi bolsista CNPq, na modalidade iniciação científica júnior, no Centro Brasileiro de Pesquisa Físicas. Antes de ingressar como aluno no IRD acompanhou um trabalho na área de processamento de sinais na Coppe/UFRJ, e afirma que a iniciação científica é importante porque o guia sobre os caminhos a seguir em sua carreira. “O que farei em minha carreira científica é um assunto nebuloso, porém definitivamente está ligado à radiação ionizante”, afirma, acrescentando que o desejo de conhecer e entender os elementos do universo é algo que sempre o motivou.
A estudante Caroline Bastos, que iniciou biofísica na UFRJ e atualmente cursa biologia na mesma universidade, está renovando seu projeto, voltado ao estudo de equipamentos de scanner corporal utilizados na área de segurança, dando ênfase na segunda etapa do estudo à interação da radiação com os tecidos do corpo humano. Ela também analisa picos de raio X para formação das imagens tridimensionais do equipamento, correlacionado a física com os sistemas biológicos, já pensando no seu mestrado na área de radiações ionizantes.
Bruno Fabrício Lisboa cursa o último período de física médica na UFRJ e mede doses de radiação na área de radiologia odontológica com dosímetros termoluminescentes em órgãos críticos, aqueles que não são objetos do estudo. “O que mais me motiva é ter o aprendizado prático, a aplicação da teoria. Pretendo fazer residência em física médica e mais tarde voltar para a área acadêmica, um mestrado e doutorado também”, conclui.
Beatriz Silva de Assis decidiu cursar física por ela influenciar diretamente no dia a dia das pessoas e pretende seguir como pesquisadora com ênfase na área da saúde. Está no segundo período da UFF e soube do edital em aberto para seleção de novos projetos no IRD por um colega de faculdade. A resposta sobre o que espera obter com a iniciação científica deixa visível o entusiasmo e o interesse em unir ciência com inovação: “obter conhecimento sobre radioproteção, para que futuramente possam ser criadas inovações para essa área, melhorando a qualidade de vida dos funcionários e pacientes expostos”.
A estudante do sexto período do bacharelado em física médica pela UFRJ Stella Vieira Mainoth desenvolve seu projeto sobre controle de qualidade em mamografia. Está colocando em prática a padronização dos testes em um hospital e o objetivo é minimizar possíveis erros. Aprimorar conhecimentos é o que mais motiva a estudante.
Para o pesquisador do IRD José Guilherme Pereira Peixoto, que atualmente orienta quatro estudantes de IC e já orientou mais de 15 estudantes dessa modalidade, “os alunos de hoje são mais conectados com o mundo digital e conseguem pegar o que existe de tradição e conhecimento e pensar em um formato mais voltado a demandas futuras”. De acordo com ele, isso é essencial para a inovação e a parte de empreendedorismo, essa interligação de formatos inteligentes.
Da conversa com os estudantes sobre o assunto, fica o consenso de que a teoria da universidade é transformada na realização prática, tornando mais fácil o aprendizado e direcionando melhor o aluno em seu curso de graduação. Os que já passaram pela experiência afirmam que um bom projeto traz benefícios para a carreira, seja ela profissional ou científica. Na pós-graduação no IRD, os alunos são, em grande parte, oriundos de iniciação científica, seja no próprio instituto ou em outras instituições.
Texto: Lilian Bueno/Ascom IRD