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Radioproteção de trabalhadores na medicina nuclear é tema de pesquisa de doutorado
“Implantação de Programas de Monitoração Interna de Trabalhadores Ocupacionalmente Expostos a Iodo-131 em Serviços de Medicina Nuclear do Brasil” foi o título da pesquisa de doutorado de Salomão Marques de Oliveira, defendido na última sexta, 29. O trabalho teve orientação dos pesquisadores Bernardo Maranhão Dantas e Ana Letícia Almeida Dantas, da Divisão de Dosimetria do IRD.
O estudo resultou em uma metodologia para monitorar doses de radiação de trabalhadores que manipulam iodo-131, nos serviços de medicina nuclear. A proposta é utilizar nessa análise equipamentos que já existem na própria clínica ou hospital, otimizando com isso o processo, tornando-o mais barato e viável, já que não há necessidade de aquisição de novos equipamentos. "Atualmente o serviço é realizado por poucos laboratórios e a um custo elevado", destacou Salomão.
Através da avaliação proposta é possível controlar melhor os riscos e tornar as condições de trabalho cada vez mais seguras para os profissionais da medicina nuclear, avalia o recém-doutor. O iodo-131, emissor de radiação beta e de radiação gama, é utilizado para terapia e diagnóstico relacionados à glândula tireoide. As partículas que emitem radiação beta atacam o câncer. A radiação gama, também emitida pelo iodo 131, é empregada em diagnóstico, como a cintilografia, por exemplo, e no mapeamento da tireoide.
Foi desenvolvido um guia para os serviços de monitoração, a partir do trabalho desenvolvido com cinco serviços de medicina nuclear no Rio de Janeiro, dois em São Paulo, dois em Minas Gerais, um em Goiás. Existem aproximadamente noventa desses serviços que lidam com iodoterapia, de acordo com registro da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Como membros titulares da banca examinadora participaram Lídia Vasconcellos de Sá e José Ubiratan Delgado (PPG/IRD), Alessandro Facure Soares (DRS/CNEN), Arlene Alves dos Reis (IRD/CNEN) e Sergio Augusto Lopes de Souza (HUCFF/UFRJ). Denison de Souza Santos (PPG/IRD) foi revisor do trabalho e membro suplente. Ao final da apresentação e arguição do candidato, a emoção foi a tônica, já que Salomão ingressou no instituto em 2013, como tecnológo. Cursou a especialização em Proteção Radiológica e Segurança de Fontes Radioativas, uma parceria do IRD com a Agência Internacional de Energia Atômica; na sequência foi aprovado para o mestrado e depois para o doutorado, na área de concentração em biofísica das radiações ionizantes. O orgulho da trajetória, o apoio dos orientadores e o suporte do IRD como um todo foram destacados pelo recém-doutor.