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48 anos IRD: novos desafios e trabalho conjunto
Este ano a mobilização pela cerimônia comemorativa pelos 48 anos de fundação do IRD, completados em 21 de março, foi substituída pela resposta institucional à nova realidade trazida pela pandemia do coronavírus. Além de prestar homenagens a personalidades importantes na construção da história do instituto, a direção do instituto decidiu, por ocasião do aniversário, homenagear pessoas que contribuíram para dois outros marcos: 30 anos de ligação com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para resposta a emergências e 10 anos como Centro Regional de Treinamento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Como homenageados em 2020 foram escolhidos o médico Nelson Valverde, profissional reconhecido nacional e internacionalmente na área de resposta a emergências de origem radiológica e nuclear e sempre atuante na parceria IRD com a OMS, os ex-diretores Rex Nazaré Alves, Carlos Eduardo Veloso de Almeida e Eliana Amaral , por suas relevantes contribuições para o IRD e para a ciência. Em função dos 10 anos do instituto como centro de treinamento da AIEA, também foi escolhido como homenageado o ex-diretor Luiz Fernando Conti.
Novos desafios
O cenário em 1972 era desafiador para o novo instituto, quando Rex Nazaré Alves assumiu a direção do IRD. Na ocasião, ele proferiu a emblemática frase, estampada em uma placa no prédio da administração central do instituto: "o entusiasmo supera nossas deficiências". Em 2020, o cenário permanece desafiador, por muitas razões, inclusive pelo impacto trazido pelo coronavírus. A diretora do instituto, Angélica Wasserman, destaca algo que se fortaleceu ao longo dos anos: a dedicação do corpo técnico e administrativo.
"No momento, para preservar a saúde das pessoas e participar do esforço público de combate à propagação do coronavírus, várias atividades passaram a realizadas de forma remota e foram mantidas aquelas consideradas essenciais, seguindo as recomendações das organizações de saúde, da CNEN e do MCTIC. Isto só foi possível porque o sistema de trabalho foi reorganizado rapidamente e tivemos pessoas com forte espírito coletivo que se incumbiram da missão de trabalhar de forma presencial para que as atividades essenciais fossem mantidas. Elas merecem todo o nosso reconhecimento”, destaca. Para salvaguardar a saúde dessas equipes, a rotina foi readequada, de forma a respeitar protocolos de segurança e a preservação da saúde.
A vice-diretora Ana Cristina de Melo Ferreira afirma que a história do IRD é pautada na dedicação, responsabilidade e competência de muitos profissionais. "Graças a tudo isso é possível superar os desafios. Tenho muito orgulho de fazer parte deste instituto tão importante para o país", afirma ela, frisando que se for computar seu tempo nos últimos 40 anos veria que a maior parte foi passada no instituto.
O IRD reúne laboratórios únicos no país e especialistas nas áreas de proteção radiológica ambiental e ocupacional, metrologia, dosimetria, segurança radiológica, física médica e emergências radiológicas e nucleares. Fornece suporte às forças de segurança pública e defesa em grandes eventos públicos.
Pela especialização de seu corpo técnico, oferece cursos de extensão, pelos quais já passaram mais de 8.000 alunos. No mestrado e doutorado em radioproteção e dosimetria dispõe de linhas de pesquisa em biofísica, radioecologia, metrologia e física médica, tendo sido titulados mais de 230 alunos .
O Centro Regional de Treinamento Luiz Tauhata é resultado da parceria do instituto com a AIEA e oferece a especialização Proteção Radiológica e Segurança de Fontes Radioativas. Desde o início do programa, foram formados 138 alunos. O curso, que tem duração de seis meses, é gratuito e está disponível à comunidade de proteção radiológica do Brasil e de outros países de língua portuguesa. Oferecido no mesmo formato em outros sete países, já totaliza em todos os centros de treinamento mais de 1.800 especialistas formados, originários de 120 países, de acordo com dados AIEA em 2019.
Sobre a parceria com a OMS, Wasserman afirma ser motivo de muito orgulho servir como instituto de ligação dessa renomada organização internacional para resposta médica a emergências envolvendo o uso das radiações ionizantes. Acrescenta ainda sobre a importância do trabalho conjunto, união e planejamento integrado.
A direção do instituto está reorganizando linhas de pesquisa e trabalhando junto às equipes em detalhamentos técnicos para a execução de edital Finep concedido em 2018 que prevê liberação de recursos de R$8,8 milhões, para ampliação e modernização da infraestrutura de análise instrumental e de dados computacionais dos laboratórios de pesquisa IRD. Também está preparando a revisão do planejamento estratégico da instituição, de forma criteriosa e com ampla participação.
História
O primeiro diretor do IRD foi Rex Nazaré Alves, de 1972 a 1975 . Tornou-se presidente da CNEN de 1982 a 1990. Como diretor do IRD impulsionou o instituto em diversas áreas de atuação. O instituto originado em laboratório da PUC/RJ ganhou em 1976 o reconhecimento da AIEA como laboratório de dosimetria padrão secundário e, em 1989, a designação do Inmetro como laboratório nacional de metrologia das radiações ionizantes.
No início do IRD, Edgard Meyer e Anna Maria Campos de Araújo tiveram grande importância. Ela, bolsista desde 1965, tornou-se chefe do Laboratório de Dosimetria, em 1969. Meyer, a convite da AIEA, redigiu normas para laboratórios regionais de dosimetria. O presidente da CNEN, general Uriel da Costa Ribeiro, enviou carta ao representante do Brasil junto à Agência consultando sobre a possibilidade de instalar o Laboratório Regional de Dosimetria no Brasil. A denominação Instituto de Radioproteção e Dosimetria passou a ser adotada em 1974.