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Congresso de metrologia debate evolução constante e investe em inovação
Participantes da maratona Hacking Ion, que em 48 horas montaram projetos inovadores - Foto: Heloisa Barra e Lilian Bueno/ Ascom IRD
Com o tema evolução constante, o V Congresso Brasileiro de Metrologia das Radiações Ionizantes (CBMRI) reuniu especialistas da área no IRD, de 26 a 28 de novembro, para discutir sobre as pesquisas e a crescente demanda por serviços metrológicos em radionuclídeos, nêutrons e raios X, gama, elétrons e partículas carregadas, com cada vez mais qualidade. Da abertura participaram o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear, José Carlos Bressiani; o presidente do Inmetro, Carlos Augusto de Azevedo; o presidente da Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM), Américo Tristão Bernardes, e o presidente do congresso José Guilherme Pereira Peixoto.
Anualmente o evento homenageia uma personalidade pela importância para a área. Este ano foi escolhida Léa Contier de Freitas, servidora do Inmetro com passagens pela assessoria do MCTI, BNDES e IRD/CNEN, onde foi chefe do Laboratório Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes por dois períodos. Ao receber a homenagem afirmou que sua maior contribuição para a metrologia das radiações ionizantes talvez tenha sido dar visibilidade à área. Em palestra magna, que precedeu a cerimônia de abertura, destacou que estamos em um mundo multidisciplinar, com grande importância de novos segmentos como tecnologia da informação, comunicação, nanotecnologia, biotecnologia, estudo do cérebro, convergência tecnológica, entre outras. “Não tenham medo de errar. Leiam, conversem, se engajem, coloquem como meta evoluir sempre”, aconselhou aos estudantes.
O presidente do Inmetro declarou que a área de metrologia das radiações está ocupando espaço na mídia e na economia dos países no exterior. “É uma pauta do dia e não podemos ficar para trás. Precisamos fechar acordos, parcerias, investir, inclusive em metrologia legal no campo das radiações ionizantes”, conclamando ao trabalho conjunto IRD, CNEN e Inmetro. O IRD é um instituto designado pelo Inmetro como referência nacional em metrologia das radiações ionizantes.
Para o presidente da SBM é importante entender que as instituições de C&T têm um papel fundamental para a sociedade e continuar investido e trabalhando apesar de todos os desafios, inclusive orçamentários. O caráter inovador desta edição do CBMRI foi o principal destaque do presidente do evento. “A realização do Hacking Ion é uma iniciativa pioneira e inovadora”, ressaltou Peixoto. A maratona científica propôs um desafio para os participantes, que tiveram 48 horas em imersão total no projeto para desenvolver soluções tecnológicas e apresentar algo empreendedor. O hackathon das radiações ionizantes foi finalizado no último dia do congresso. O CBMRI é uma iniciativa que reúne IRD, SBM e Inmetro.
Discussões
Na sessão radiofármacos, os temas foram as boas práticas na produção de radiofármacos; o programa de intercomparação na medição de radiofármacos e a atuação da Anvisa na fiscalização em medicina nuclear. A produção de materiais radioativos de referência e como implementar um sistema de qualidade, além do papel da rede de metrologia química foram tema de discussão, com a participação do Inmetro e do Cetem.
O convidado internacional este ano foi Dr Massimo Pinto, do ENEA, do Instituto Nacional de Metrologia das Radiações Ionizantes da Itália. Ele ministrou palestra sobre a contribuição de um laboratório primário e a evolução nos laboratórios de calibração, em sessão sobre padronização primária em raios X, gama, elétrons e partículas carregadas. Autores de diversos trabalhos científicos apresentaram suas pesquisas em apresentações no auditório Rex Nazaré Alves e outros trabalhos estiveram expostos e foram apresentados em formato pôster.
No último dia foram premiados o melhor pôster na categoria Jovem Cientista, para Bruna Lamis Alvarenga, sob orientação de Marcus Vallim de Alencar, do IRD; o melhor pôster, para Daniel Litvac, orientado por Linda Caldas, do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares e a melhor apresentação oral, para Amilie Louize Erbe, sob orientação de Bernardo Dantas, do IRD. O títulos dos trabalhos são, respectivamente, "Análise de desempenho de sistemas dosimétricos de extremidade tipo anel", "Caracterização dosimétrica do BEO para calibração de aplicadores clínicos de betaterapia" e "Calibração de um sistema portátil para bioanálise de amostras de urina em situações de emergência".
Também foram apresentados os projetos das equipes que disputaram o Hacking Ion. Foram formadas quatro equipes, que após palestras e oficinas do Sebrae apresentaram seus projetos. Eles tiveram que entregar uma apresentação em Power Point e um pitch, apresentação que promove a startup desenvolvida. O projeto vencedor foi o da equipe School in Glasses, que elaborou uma plataforma de ensino à distância que utiliza realidade virtual e aumentada na área de radioproteção. Integram o trabalho Eric Matos, Patrick Perrotta e Valquíria Guimarães.
Texto: Lilian Bueno