Exposição da Sala do Artista Popular traz Mulheres na Xilogravura
O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan) recebe na Sala do Artista Popular, até 24 de novembro, a exposição Mulheres na Xilogravura, inaugurada no último dia 4 de outubro. A mostra destaca o tempo analógico da arte na madeira e o papel das mulheres na xilogravura, expressão artística que, ao longo do tempo, tem sido predominantemente associada a artistas masculinos.
A exposição reúne obras de quatro talentosas xilogravadoras do Estado de São Paulo: Regina Drozina, Nireuda Longobardi, Lucélia Borges e Gabrielle Longobardi. Cada uma delas traz uma perspectiva única, inspirando-se na rica tradição da xilogravura nordestina. As três primeiras artistas conduziram uma oficina de Xilogravura no dia 4/10, no Bistrô do Museu da República.
O fazer da xilogravura exige paciência e sensibilidade, onde cada etapa é marcada por um tempo de espera e contemplação. Com origens longevas na China do século V e aqui, no país, pós-criação da Imprensa Régia em 1808, a Xilogravura configura-se como uma prática cultural tradicional. No Brasil, seu nascimento esteve atrelado à Literatura de Cordel, ilustrando as capas de folhetos.
A forte associação entre as expressões foi considerada em 2018, quando a Literatura de Cordel foi registrada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural imaterial do Brasil. A xilogravura foi, então, reconhecida como bem associado, por fornecer identidade visual ao folheto. Hoje, a xilogravura está em uma multiplicidade de produções: livros, teses acadêmicas, revistas, jornais, camisetas, bolsas e tantas outras.
As imagens gravadas evocam imaginários de caráter histórico, social, literário, plástico e imagético, constituindo identidades e objetos de memória. O processo de fazer xilogravura é sempre analógico, tátil e coautoral, em diálogo com a madeira. Combina a materialidade tátil e a imaterialidade do tempo singular e, por isso, é associada por artistas a um processo de cura e autocuidado.
A exposição não apenas celebra o talento das xilogravadoras, mas também propõe um debate sobre a visibilidade feminina na arte, questionando o machismo estrutural que ainda permeia o mundo das artes. As artistas enfatizam a importância da solidariedade e do apoio mútuo na construção de um espaço mais inclusivo e representativo.
Sobre as Xilogravadoras
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Regina Drozina: Com uma trajetória marcada por desafios e superações, Regina utiliza a xilogravura como uma forma de expressão do feminino e da cultura popular, explorando temas como brincadeiras infantis e festas tradicionais.
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Nireuda Longobardi: Nascida no Rio Grande do Norte, Nireuda combina suas raízes culturais com a técnica da xilogravura, criando ilustrações que dialogam com a literatura e a oralidade, além de abordar questões femininas em suas obras.
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Lucélia Borges: Originária da Bahia, Lucélia traz a influência da oralidade e das histórias de sua infância, utilizando a xilogravura como uma forma de materializar narrativas que refletem a cultura popular brasileira e, também, como uma forma de cura.
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Gabrielle Longobardi: Filha de Nireuda, Gabrielle une design gráfico e xilogravura, explorando novas estéticas e formatos, e trazendo uma nova geração de artistas para o cenário cultural.
Venha celebrar a arte e a força das mulheres na xilogravura!
Conheça o catálogo da exposição.
Sobre o Programa Sala do Artista Popular
O Programa Sala do Artista Popular tem o objetivo de incentivar a produção de arte popular e artesanato brasileiros, envolvendo ações de pesquisa, documentação, difusão e fomento. Oferece, também, um espaço de exposições de curta duração, voltado à divulgação e comercialização das obras de artistas e comunidades artesãs. Mesmo depois de encerrada a exposição, os artistas podem continuar enviando suas obras para o espaço de comercialização.
Para cada mostra, é produzido um catálogo a partir de pesquisa etnográfica e documentação fotográfica realizada pela equipe do CNFCP. A partir da divulgação e do contato direto com o público, abrem-se oportunidades de expansão de mercado e de produção. Mulheres na Xilogravura é a 209ª exposição do Programa SAP.
Realização
Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan)
Associação dos Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec)
Serviço:
Exposição "Mulheres na Xilogravura"
Data: até 24 de novembro de 2024
Hora: 17h
Local: Sala do Artista Popular, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan), Rua do Catete, 179
Período da exposição: de 4 de outubro a 24 de novembro de 2024