Matrizes Tradicionais do Forró no estado do Rio de Janeiro são tema de encontros virtuais
As Matrizes Tradicionais do Forró são tema de encontros virtuais, que começaram no dia 28 de outubro, como parte do processo de mapeamento dessa forma de expressão no estado do Rio de Janeiro. A pesquisa partiu de demanda do Coletivo de Salvaguarda das Matrizes Tradicionais do Forró do Rio de Janeiro e vem sendo desenvolvida pela Associação dos Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec), em parceria com o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan).
A primeira live teve a participação do cantor, compositor e poeta Marcus Lucenna, da cantora Kátia Teixeira, do músico e pesquisador Léo Rugero e dos pesquisadores e produtores culturais Jadiel Guerra e Jenesis Genuncio. Foi transmitida pelo canal da Acamufec no Youtube, onde pode ser assistida.
Os encontros têm o intuito de difundir a pesquisa e aprofundar temas relacionados às dinâmicas de organização dessa expressão musical. Contarão com convidados de diferentes regiões do estado que estão sendo mapeadas.
Sobre a pesquisa
Em 2021, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu as Matrizes Tradicionais do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil, por meio de um processo de mobilização e pesquisa que partiu de entidades culturais do Nordeste. Embora o Forró esteja profundamente associado à cultura nordestina, a potência das rádios e das gravadoras musicais, ao lado de intensas migrações que movimentaram o Brasil ao longo da segunda metade do século XX, difundiram o gênero por outras regiões brasileiras que também foram incluídas como territórios de referência onde o forró brotou raízes.
No estado do Rio de Janeiro, um coletivo de salvaguarda formado em 2022 vem dialogando com a Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro sobre os caminhos de proteção e difusão das Matrizes Tradicionais do Forró no estado. Destas discussões, nasceu a demanda por um mapeamento para conhecer forrozeiras, forrozeiros, grupos musicais, quadrilhas juninas, escolas de música e dança, feiras e locais de apresentação, dentre outras iniciativas, que se dedicam à continuidade dos fundamentos dessa forma de expressão no Rio de Janeiro.
Desde o início de 2024, esta pesquisa vem sendo desenvolvida pela Acamufec, com o acompanhamento do CNFCP/IPHAN e com a participação de bolsistas do curso de Produção Cultural do Polo Rio das Ostras da Universidade Federal Fluminense e do curso de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Sobre os convidados
Marcus Lucena, natural de Mossoró no Rio Grande do Norte, é músico de referência para o Forró, além de cordelista e repentista. Em 1977, aos 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde consolidou sua carreira com 16 álbuns musicais já lançados, sempre retornando para turnês pelo Nordeste, especialmente nos períodos juninos. Tem atuação fundamental na consolidação do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, a famosa feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, com espaço de referência da cultura nordestina no Sudeste. É responsável pelos projetos de valorização da cultura popular e em defesa das causas do migrante nordestino. Recebeu título de Cidadão Exuense, cidade-natal de Luiz Gonzaga (Exu-PE), e também detém o de Cidadão Carioca e Fluminense.
Kátia Teixeira é cantora de forró, com 37 anos de carreira musical. Com uma parceria de mais de 20 anos ao lado de Severo do Acordeon, ex-sanfoneiro de Jackson do Pandeiro, regravou seus clássicos e compôs novas músicas. É também poetisa, cordelista e membro da Academia de Letras, Artes e Ciências (Acilbras), onde atua como Diretora de Divulgação na Região dos Lagos.
Jadiel Guerra é graduado em Ciências Econômicas, com Mestrado em desenvolvimento sustentável (UFRRJ) e especialização em gestão ambiental. Atua como produtor cultural, pesquisador, e também escritor, cantor e compositor. É coordenador dos projetos Trem do Forró do Rio de Janeiro, Semana Ser Nordestino, São João na Rede, Varejo Cultural, entre outros.
Jenesis Genuncio é Mestre e Doutor em Educação e membro do Laboratório de Educação e República da UERJ. Atua como produtor cultural no campo da salvaguarda do Choro e do Forró em Paraty, e é também coautor dos projetos Trem do Forró no Rio de Janeiro e da Semana da Cultura Nordestina.
Léo Rugero é músico e pesquisador, bacharel em violão clássico pelo Conservatório Brasileiro de Música e Mestre em Etnomusicologia pela Escola de Música com a dissertação “Com Respeito aos oito baixos – Um Estudo etnomusicológico sobre o estilo nordestino da sanfona de oito baixos”. Suas pesquisas sobre a sanfona de oito baixos deram origem a um livro e um documentário, apoiados pela FUNARTE. Em 2018, trabalhou como coordenador técnico no projeto de Identificação e mapeamento dos sanfoneiros de oito baixos do Estado da Paraíba (IPHAN, Balaio Nordeste).
Serviço:
Mapeamento das Matrizes do Forró no Estado do Rio de Janeiro
Encontros Virtuais
1º Encontro no Canal da Associação de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec) no Youtube