Superintendência do Iphan no Sergipe
Sergipe possui o único testemunho dos 60 anos de união entre Portugal e Espanha do período colonial na cidade de São Cristóvão, a Praça São Francisco, reconhecida como Patrimônio Mundial. Laranjeiras, outro centro histórico tombado pelo Iphan, representa um lócus cultural dos mais importantes não só pela presença de seu patrimônio edificado, mas pelos bens imateriais que guarda, sendo referência brasileira em Cultura Popular. Em função de sua história colonial vivenciada nos engenhos, com suas antigas capelas, igrejas e casarões, o Estado guarda um importante acervo de arte sacra dos séculos XVIII e XIX e revela, através de seus vários remanescentes quilombolas, os diversos conflitos e insurgências que marcaram essa trajetória.
Durante as primeiras décadas do século XX, o Nordeste brasileiro viveu o clima do cangaço com o surgimento do bando de Virgulino Ferreira, o Lampião, que morreu em combate com a polícia na Grota de Angico às margens do rio São Francisco, no município sergipano de Poço Redondo. Nos 211 sítios arqueológicos sergipanos cadastrados predomina vasto material cerâmico das tradições Tupiguarani e Aratu, além de impressionantes registros rupestres. O Patrimônio Naval de Sergipe é representado pela Canoa de Tolda, de Brejo Grande, enquanto o Modo de Fazer a Renda Irlandesa - um ofício relacionado ao universo feminino e característico de municípios localizados no Vale do Rio Cotinguiba - está registrado pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil.