Patrimônio Material
Em Santa Catarina, o Iphan tombou o núcleo urbano de Itaiópolis, e os centros históricos de Laguna e São Francisco do Sul. Além desse patrimônio, também estão protegidas por tombamento várias edificações, monumentos e acervos, e conjuntos rurais nos municípios de Blumenau, Chapecó, Jaraguá do Sul, Joinville, Lages, Nova Veneza, Pomerode, Porto União, Rio de Cedros, São Bento do Sul e Timbó, entre outros. No Estado, muitos povoados surgiram a partir de fortificações erguidas por Portugal - no litoral e nas fronteiras - para evitar a presença de espanhóis e franceses que tentaram se estabelecer nesses territórios. No municipio de Florianópolis, ocorreu o tombamento do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico do distrito de Ribeirão da Ilha (Vila do Ribeirão da Ilha), em 1986.
Itaiópolis - É um dos municípios que integram o Projeto Roteiros Nacionais de Imigração, desenvolvido pelo Iphan, e recebeu a chancela de Paisagem Cultural Brasileira. Este instrumento de preservação do patrimônio cultural foi instituído em 2009 para proteger uma porção peculiar do território nacional, representativa do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores. Em Itaiópolis, como em outros municípios catarinenses, foram reconhecidas como patrimônio cultural inúmeras propriedades rurais, casas, ranchos, hortas, pomares, jardins, dialetos, além da culinária, festividades e tradições agrícolas dos imigrantes, que vieram para o Brasil a partir do século XIX. O núcleo urbano de Alto Paraguaçu, distrito de Itaiópolis, possui uma parcela significativa do patrimônio dos imigrantes da área rural dos municípios de Santa Catarina. No Boletim SPHAN próMemória, No. 39, está publicado um artigo com mais informações e ilustrações sobre a esses imigrantes.
Laguna - Tombado pelo Iphan em 1985, o centro histórico da cidade formou-se a partir do porto original onde estão cerca de 600 imóveis - foi a terceira povoação portuguesa no litoral de Santa Catarina. De seu extenso território original desmembraram-se duas capitais: Florianópolis (SC), e Porto Alegre (RS). Além de outras edificações, está protegido o Marco de Tordesilhas, relativo ao pacto assinado em 1494 entre Portugal e Espanha, que fixava uma linha divisória a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, passando ao Norte, no Pará, e ao Sul, em Laguna, dividindo assim as terras da América entre as duas coroas. Terra natal de Anita Garibaldi, Laguna testemunhou importantes momentos da Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), entre 1835 e 1845. Em 1839, o revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, os líderes David Canabarro e Teixeira Nunes, além dos soldados farroupilhas, conquistam a Vila de Laguna, declarando a República Catarinense, sob o comando de Jerônimo de Castilho.
São Francisco do Sul - O núcleo original da cidade - com 400 imóveis - foi tombado pelo Iphan, em 1987. Antigos casarios em estilo colonial, sambaquis, antigas igrejas, cerca de 150 casas e monumentos estão sob a proteção federal. No conjunto urbano está o centro cívico e religioso e, no seu entorno, funcionam comércio e prestação de serviços. Localizada na Baía de Bapitonga (litoral de Santa Catarina), é uma das povoações mais antigas do Brasil. A cidade recebeu, ao longo da sua história, navegadores de diversas nacionalidades, principalmente franceses e espanhóis. A região, habitada pelos índios Carijó, conviveu algum tempo com a expedição do francês Binot Paulmier de Gonneville, comandante da expedição que partira da França, um ano antes, e desembarcou nas praias da Babitonga, em 1504.
Sistema de Fortificações da Ilha de Santa Catarina - O tombamento do Sistema de Fortificações - integrado pelo Forte de Santo Antônio de Ratones, Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, fortalezas de São José da Ponta Grossa e de Santana - foi concluído após a década de 1970, com a proteção da Fortaleza Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba e do Forte Santa Bárbara. As fortificações foram construídas durante o século XVIII para consolidar o domínio português no Sul do continente. Esse conjunto é um dos principais pontos de atração turístico-cultural de Florianópolis, visitado anualmente por mais de 200 mil pessoas.