Patrimônio Arqueológico
A Superintendência do Iphan em Santa Catarina cadastrou inúmeros sítios arqueológicos no estado, entre eles estão os maiores sítios do tipo sambaqui do mundo. É possivel encontrá-los em toda a região costeira, mas é em Laguna e Jaguaruna que se destacam com as maiores formações conhecidas no estado. O sítio de Garopaba do Sul, em Jaguaruna, é um dos mais extensos, reunindo sambaquis, sítios líticos e cerâmicos. Outra área de grande importância arqueológica é a Ilha do Campeche, que pertence ao município de Florianópolis e abriga algumas das mais importantes incrições rupestres do Brasil.
Nos últimos anos, a expansão das obras de infraestrutura tem aumentado as pesquisas arqueológicas realizadas no âmbito da avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico no Licenciamento Ambiental, o que possibilita a coleta de dados sobre áreas antes quase desconhecidas arqueologicamente. A preservação de todo este patrimônio é uma grande impulsora das atividades de educação patrimonial, com a formação de monitores para atuar na fiscalização e promoção de ações educativas junto aos visitantes da região.
Santa Catarina possui dois bens arqueológicos inscritos no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, nos termos do Decreto Lei nº. 25/1937. A Ilha do Campeche, em Florianópolis, foi tombada em 1998 por seus atributos arqueológicos e paisagísticos e possui a maior concentração de oficinas líticas e gravuras rupestres do litoral brasileiro. Entre os tesouros deixados pelos grupos antigos há inscrições e registros considerados de grande importância por ser a maior concentração desse tipo em um único sítio arqueológico, de todo o litoral brasileiro. São desenhos que lembram flechas e máscaras, símbolos geométricos, um monolito com nove metros de altura e um ponto magnético sinalizado com inscrição rupestre onde as bússolas têm comportamento alterado. O local também possui ruínas de armação baleeira (estrutura para a captura de baleias e o seu processamento), datadas de 1772. Além da Ilha, a Coleção Arqueologica João Alfredo Rohr foi tombada pelo Iphan em 1986, e integra o acervo do Museu do Homem do Sambaqui (antigo Museu Arqueológico do Colégio Catarinense), criado pelo padre jesuíta e professor João Alfredo Rohr. A Coleção contém, aproximadamente, 8.000 objetos dos sambaquis, inclusive esculturas de animais em pedra (zoólitos), cerca de 80.000 fragmentos e algumas vasilhas de cerâmica dos Guarani. No Museu, há uma coleção de esqueletos com aproximadamente 1.000 anos, além de cerâmicas da tradição Tupi-Guarani e pontas de flechas.