Superintendência do Iphan em Rondônia
A criação da Superintendência do Iphan em Rondônia, em 2004, acelerou o processo de reconhecimento da riqueza cultural do Estado, onde os bens tombados marcam dois ciclos distintos de ocupação territorial. Patrimônio Nacional desde a década de 1950, o Real Forte Príncipe da Beira está localizado às margens do rio Guaporé, em uma região estratégica para a defesa das fronteiras disputadas por Espanha e Portugal. Abandonado durante décadas e coberto pela floresta, suas ruínas foram encontradas pela Comissão Rondon, quando o Marechal Cândido Rondon liderava o grupo para a implantação das linhas telegráficas na região Norte do País. Um conjunto composto por 24 imóveis nas cidades de Ji-Paraná e Vilhena testemunham a passagem da Comissão Rondon no Estado. Em Porto Velho, os bens materiais protegidos incluem o patrimônio ferroviário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
O Iphan - Rondônia atua na salvaguarda do patrimônio cultural da Amazônia, identificando referências culturais como as tradições de grupos indígenas da região. Assim, realizou o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) da Língua Ayuru - em parceira com o Museu Paraense Emílio Goeldi, do Pará -, e o da língua wayoro, estudada na Terra Indígena (TI) Guaporé, no sul do Estado. Como em toda a Região Amazônica, a identificação, proteção e promoção é mais eficiente quando se reconhece a indissociabilidade entre o patrimônio material e o imaterial. Desta forma, a Superintendência tem atuado com base nos princípios da educação patrimonial, para apoiar os indivíduos na percepção do seu protagonismo na produção das referências culturais. Esta estratégia, além de aproximar a população de seus bens culturais e da Instituição, facilita a identificação de parceiros.
Centenas de sítios arqueológicos foram cadastrados pela Superintendência, que também acompanha pesquisas arqueológicas realizadas na área da linha de transmissão de energia elétrica gerada pelas usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira. Desde 2010, o Sítio Arqueológico Mirante, em Presidente Médici, está aberto à visitação pública.