Patrimônio Material
Atualmente, existem 12 edifícios tombados em vários municípios do Paraná, duas coleções museológicas e, ainda, os centros históricos das cidades da Lapa, Paranaguá e Antonina. As regiões Centro-Sul e Sudeste foram cenário da imigração ocorrida no final do século XIX e início do XX, oriunda, principalmente, da Polônia e da Ucrânia. No leste, litoral e na zona de planalto do Estado, encontramos a influência dos hábitos tropeiros, os vestígios do expressivo ciclo econômico da erva-mate e as construções luso-brasileiras. Na Ilha do Mel, polo turístico que integra o município de Paranaguá, está a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, construído pelos portugueses para a defesa do território e tombada pelo Iphan, em 1938.
O centro histórico de Antonina - no litoral do Paraná entre a Serra do mar e a Baía de Paranaguá - foi tombado pelo Iphan, em 2012, por seus valores históricos e paisagísticos. Inclui-se na área protegida um raro exemplar da arquitetura industrial do início do século XX, conhecido como Complexo Matarazzo - Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo (IRFM), que representa a fase áurea da industrialização e atividade portuária no Paraná. O ambiente natural de Antonina determinou a implantação da cidade nesse local e a forma como ocorreu seu crescimento. Antonina situa-se em uma das primeiras áreas brasileiras exploradas pela Coroa Portuguesa na região Sul do Brasil, e os registros históricos de seus primeiros povoadores - garimpeiros, em sua maioria - datam de 1648.
O centro histórico da Lapa - tombado pelo Iphan, em 1992 - apresenta aspectos urbanísticos comuns às cidades implantadas ao longo do antigo caminho das tropas entre o Sul do Brasil Colônia e São Paulo: conformação linear com ruas estruturadas paralelamente ao Caminho das Tropas, interligadas por travessas de largura reduzida. A área tombada é composta de 14 quarteirões com 235 imóveis. Cidade setecentista, Lapa foi cenário de batalhas significativas, como a Guerra do Contestado e o episódio conhecido como o Cerco da Lapa, quando o exército florianista comandado pelo general Gomes Carneiro resistiu e lutou contra as forças federalistas do Rio Grande Sul, durante 26 dias em 1894.
Cidade portuária, Paranaguá foi o primeiro núcleo urbano no Estado do Paraná. O centro histórico - tombado pelo Iphan, em 2009 - apresenta importantes exemplares da arquitetura colonial brasileira, como as construções da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas e o Colégio dos Jesuítas. Destaca-se, ainda, o conjunto de sobrados da Rua da Praia, e as influências do neoclassicismo, observadas no prédio da Câmara Municipal e no Palacete Visconde de Nácar. A cidade desenvolveu-se em torno do porto, ao contrário das cidades do planalto, surgidas ao longo do Caminho das Tropas.