Patrimônio Imaterial
Duas celebrações de caráter religioso que ocorrem no Pará estão registradas como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro: a Festa do Círio de Nazaré (realizada em Belém e em outras várias cidades do Estado) e as Festividades do Glorioso São Sebastião (na Região do Marajó). O Carimbó e o Modo de Fazer Cuias do Baixo Amazonas são outros bens imateriais protegidos no Estado, além da Roda de Capoeira e do Oficio e Mestres da Capoeira que são bens protegidos em todos os estados brasileiros.
Círio de Nossa Senhora de Nazaré - Celebração religiosa reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 2013 – é realizada em homenagem a Nossa Senhora de Nazaré e considerada uma das maiores concentrações do mundo reunindo, anualmente, milhões de pessoas que percorrem as ruas da cidade. O percurso reproduz para os fiéis a história da descoberta da imagem da santa por um caboclo, às margens do igarapé Murutucu, no local em que hoje está a Basílica de Nazaré. Desde de 2001, a Superintendência do Iphan trabalha em parceria com a comunidade, por meio da por meio de reuniões e consultas públicas realizadas periodicamente, para elaboração, execução, acompanhamento e avaliação das ações de salvaguarda (proteção do bem imaterial).
Festividades do Glorioso São Sebastião - Estas festividades prestam homenagem ao santo associado às virtudes de um guerreiro, reconhecido como protetor e advogado. Assim como o Círio, essa festa ocorre em várias localidades da Região do Marajó, e pode durar de duas semanas a seis meses. Uma comissão de peregrinos percorre as redondezas do local da Festa recolhendo donativos para o santo, entoando as ladainhas. Anualmente, entre os dias 10 e 20 de janeiro, ocorrem as festividades marcadas por um ciclo de levantamento e derrubada do mastro. Simultaneamente, acontecem procissões, ladainhas, festas dançantes. Também estão associados à Festa o frito do vaqueiro, comida típica local, o leite de onça e a luta marajoara.
Carimbó - Os bens culturais a ele associados estão presentes em diversas práticas de lazer, religiosidade, manifestações artísticas, brincadeiras, festas comunitárias e familiares paraenses. É uma das mais significativas formas de expressão musical do Estado do Pará. A pesquisa referente ao Levantamento Preliminar e Identificação do Carimbó nas regiões Nordeste Paraense, Metropolitana de Belém e Marajó foi realizada pelo Iphan entre os anos de 2008 e 2013. O levantamento baseou-se em dados bibliográficos e registros audiovisuais, identificação de contatos, além de pesquisa de campo que possibilitou a identificação de diversos bens culturais do universo desse bem imaterial. Os pesquisadores visitaram mais de 150 localidades em 45 municípios, resultando em 415 entrevistas.
Modos de Fazer Cuias do Baixo Amazonas - Recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro em 2015. A prática artesanal de fazer cuias, desenvolvida entre comunidades indígenas da região há mais de dois séculos, é um ofício praticado atualmente por mulheres de comunidades ribeirinhas. Os saberes relacionados à produção e utilização de cuias fazem parte das complexas dinâmicas de colonização e ocupação do espaço amazônico, e estão relacionados ao aproveitamento de recursos naturais disponíveis nessa região. As cuias pintadas, diferente das produzidas com incisões, foram introduzidas no repertório estético das artesãs no século XX, padrão incorporado em grande parte da ornamentação considerada tradicional.
Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) - No Estado do Pará, o Iphan realizou os inventários dos Padrões Gráficos de Ornamentação das Cuias de Monte Alegre e Santarém, do Tacacá, da Fabricação da Farinha de Mandioca, da Ilha de Marajó, das Festividades de São Sebastião, do Carimbó (na microrregião do Salgado Paraense), do Complexo Ver o Peso, e dos Ofícios Tradicionais do Centro Histórico de Belém, e das Embarcações Tradicionais de Comunidades Pesqueiras do Pará, no âmbito do Projeto Barcos do Brasil. Também foram concluídos o Mapeamento Documental das Referências Culturais do Estado do Pará e o Inventário Nacional da Diversidade Linguística (INDL) - Levantamento etnolinguístico de comunidades afro-brasileiras: Minas Gerais e Pará (projeto piloto).