Patrimônio Ferroviário
No banco de dados que reúne informações sobre os Bens Ferroviários em Minas Gerais, criado pela Superintendência do Iphan - MG, podem ser feitas buscas pelo nome do bem ferroviário e/ou pelo nome do município do Estado.
As dificuldades e os desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infraestrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX, os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A primeira ferrovia a pôr os trilhos no Estado mineiro foi a E. F. D. Pedro II (depois, Central do Brasil), inaugurando a Estação de Chiador, com a presença de Sua Majestade D. Pedro II, em 27 de junho de 1869, no ramal de Três Rios (RJ) a Porto Novo (MG) – então na bitola de 1,60m.
A segunda ferrovia em Minas foi a E. F. Leopoldina, que inaugurou em outubro de 1874 as Estações de Antônio Carlos (hoje Fernando Lobo), Pântano e Conceição (depois Macabu e, atualmente, Volta Grande), sendo que nesse mesmo ano haviam sido inaugurados o trecho de Recreio a Vista Alegre e o ramal de Leopoldina (daí o nome da Ferrovia). A seguir, a então E. F. D. Pedro II inaugurou a Estação de Serraria, no km 212, em 28 de setembro de 1874, na linha do Centro.
A terceira ferrovia foi a E. F. Oeste de Minas, em 1872. A quarta foi a E. F. Bahia e Minas, em 1882; a quinta, a E. F. Minas e Rio (1884); a sexta ferrovia a “entrar” em Minas foi a E. F. Mogiana (1886), em Poços de Caldas; a sétima, a Viação Férrea Sapucaí, em 1891; a oitava veio a ser a E. F. Muzambinho, em 1892; e, depois, a E. F. Três-Pontana, em 1895. Em seguida, veio a E. F. Goiás, em 1907 (em Formiga); a E. F Vitória a Minas, em 1907; a Machadense, em 1910; a E. F. São Paulo-Minas, em 1910; a E. F. Piranga, inaugurada em 1911, em Santos Dumont (MG), que não chegou a Piranga (MG), terminando sua linha em Mercês (MG); e a E. F. Paracatu, em março de 1912. A Viação Férrea Leste Brasileiro, de Salvador (BA), iria chegar no norte de Minas só em 1951.
A Lei nº 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações - como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis, como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da Rede, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
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