Patrimônio Arqueológico
A arqueologia brasileira iniciou-se no território de Minas Gerais, ainda no século XIX, com o naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, que descobriu os primeiros sítios arqueológicos na região de Lagoa Santa e Matozinhos e é considerado o “Pai da Arqueologia” no Brasil. Sítio Arqueológico é um local onde se encontram vestígios das pessoas que viveram no passado. Esses vestígios revelam as atividades e a cultura de homens e mulheres, identificados nos restos de construções, alimentação, instrumentos de trabalho, armas, enfeites e pinturas.
A Lapa da Cerca Grande, localizada no município de Matozinhos (distrito de Mocambeiros), foi tombada e inscrita pelo Iphan, em 1962, no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. É um maciço calcário que se localiza na região do Rio das Velhas. Em 1837, foi visitada por Lund, que encontrou restos de muitos animais extintos do período Pleistoceno. Uma das grutas apresenta cerca de 100 desenhos rupestres, representando cenas de caça e animais existentes na região.
Atualmente, o estado possui inúmeros sítios arqueológicos pré-coloniais cadastrados e apresenta um potencial enorme para a identificação de novos sítios . Alguns desses sítios guardam vestígios das primeiras ocupações da América do Sul, como Lapa Vermelha IV onde, em 1975, durante escavações realizadas pela Mission Archéologique Française, foi encontrado o esqueleto de Luzia, o mais antigo do continente e um dos mais antigos das Américas, datado de, aproximadamente, 11.500 anos.
Em Minas Gerais, a Arqueologia Arqueologia Pré-colonial, abrange sítios arqueológicos deixados por populações ameríndias que ocupavam o território desde o início da ocupação humana, por volta de 12.000 mil anos atrás, antes da invasão colonial, ou seja, antes do surgimento das “Minas Gerais”. Por sua vez, a Arqueologia Histórica trata dos primeiros momentos da colonização, da formação dos arraiais, aberturas de caminhos e estradas, diferentes ciclos da exploração aurífera, fazendas, quilombos, primórdios da urbanização, industrialização, implantação de ferrovias, entre outros, até os dias atuais.
Nesse contexto, destaca-se a Fábrica de Ferro Patriótica - construída no Distrito de São Julião, município de Ouro Preto - tombada pelo Iphan em 1938. Um raro exemplar de sítio relacionado à Arqueologia Histórica Industrial. É a usina de transformação de ferro, do Brasil, e foi construída pelo Barão Wilhelm Ludwig Von Eschwege, à época no cargo de Intendente das Minas de Ouro. O sítio apresenta estrutura para visitação agendada e recebe milhares de pessoas por ano.