Escritório Técnico em Ouro Preto - Casa da Baronesa
Sede do Escritório Técnico do Iphan, a Casa da Baronesa pertenceu ao Coronel Carlos José da Silva, copista do Autos da Devassa e Deputado da Junta da Real Fazenda no século XVIII. Depois pertenceu ao comendador Fernando Luís Machado Magalhães e, por herança, à sua filha Maria Leonor Felícia da Rosa, casada com Manoel Teixeira de Souza, o Barão de Camargos, figura de destaque no cenário político da província. Sua esposa recebeu o título de Viscondessa de Camargos, depois de alforriar os escravos que conduziriam a Imperatriz D. Tereza Cristina, durante visita à cidade. Seu filho, Antônio Teixeira de Souza Magalhães, o segundo Barão de Camargos, importante chefe político na região, e sua esposa Maria Regina Baweden Teixeira, foram os últimos moradores da casa da Baronesa, quando então doaram o imóvel ao Patrimônio Histórico da União, em 27 de dezembro de 1941.
Construída em dois pavimentos, funcionava como residência no pavimento superior e comércio no pavimento térreo. Com três vãos no pavimento superior e quatro no térreo, além de acesso lateral à área de serviços, posteriormente recebeu complementação no pavimento superior, com duas janelas seguindo a tipologia já existente: porta-balcão. A edificação foi restaurada, de 2002 a 2006. Em 2007, foi executado projeto paisagístico no quintal, após a realização de prospecção arqueológica. Esta pesquisa revelou estruturas importantes no contexto da evolução urbana da Praça Tiradentes: antigo dreno de águas pluviais em pedra, estruturas de alvenaria em pedra, provavelmente do século XVIII, rampa e escada, indicando se tratar anteriormente de beco de acesso público.
Dispõe de biblioteca técnica e arquivo de intervenções urbano-arquitetônicas desde o final da década de 1970 até os dias atuais. Desde 2009, ali também funciona a Casa do Patrimônio de Ouro Preto, cujo programa Sentidos urbanos: patrimônio e cidadania é o fio condutor de suas ações, que abordam os conceitos de memória, identidade e patrimônio.