Escritório Técnico em Mariana - Casa Setecentista
A Casa Setecentista de Mariana é um importante exemplar da arquitetura civil do século XVIII, provavelmente construída nos idos de 1750. Pertenceu ao advogado português Manoel Braz Ferreira, conforme consta em seu inventário de 1787. Sua posição privilegiada de primeira residência ao lado da Sé nos indica o prestígio social dos seus primeiros moradores. Assim como a grande maioria das casas coloniais, esse imóvel possui um interessante quintal nos fundos. Nele, como era comum nos quintais coloniais em geral, há jardins, pomares domésticos e hortas, além de possuírem passadiços calçados, onde eram instalados pátios para os animais ou para a lavagem de roupa.
Havia outras prioridades para a função dos jardins que sobressaíam à questão estética: eram neles que as mulheres muitas vezes se refugiavam quando chegavam estranhos, sobretudo estrangeiros, em suas casas. Segundo o relatório final do projeto Evidenciação e Resgate do Patrimônio Arqueológico no quintal da Casa Setecentista, município de Mariana (MG), realizado por meio de parceria entre o Iphan e a empresa Novelis, em 2006, os quintais da Rua Direita de Mariana possuíam função de área de plantio e de acesso aos serviços das tropas de cavalaria e comerciantes. No quintal da Casa Setecentista, os cavalos das tropas e dos comerciantes eram deixados e alimentados em um tanque em pedra ou cocho, existente ainda hoje.
Em 1960, a Casa foi adquirida pelo historiador Cleveland Maciel e doada ao Patrimônio Histórico, sendo designada em março de 1963 para nela funcionar a Diretoria do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, e abrigar o Arquivo dos Cartórios da Comarca de Mariana.