A Casa do Conde
Revalorizado há menos de uma década como centro cultural da cidade, o Complexo do Conde de Santa Marinha – mais conhecido como “Casa do Conde” – está situado no Conjunto Arquitetônico da Praça da Estação, área de Belo Horizonte tombada como patrimônio histórico e artístico da cidade pelo poder público municipal e estadual, tanto pelo seu valor artístico-arquitetônico como pelos significados da região para a história da cidade.
Construído pelo português Antônio Teixeira Rodrigues (1850-1900) - o Conde de Santa Marinha – o Complexo constituiu-se inicialmente como um conjunto de galpões destinado a abrigar o Grande Empório Central (1897), empresa que abrangia diversos tipos de serviços, tais como serraria, oficina de cantaria, fundição, ferraria, carpintaria e até mesmo armazém com torrefação de café.
Próximo à Estação Central – considerada a “porta de entrada” da cidade – o Complexo surge no contexto de construção da nova capital, inaugurada em 1897, não se sabendo se o Palacete chegou a ser ocupado pelo Conde e sua família.
O destino imediato do Complexo, após a morte do Conde, é desconhecido. A primeira notícia que se tem remonta a 1903, quando o Palacete foi ocupado pelo Colégio Santa Maria, que ali permaneceu até 1909.
A partir desta época, o Complexo foi sendo paulatinamente ocupado pela Estação de Ferro Central do Brasil: abrigou a Seção do Café (1911), serviu de residência para o intendente da Rede Ferroviária (meados dos anos 1910) e, em 1920, com a demolição da antiga estação ferroviária para a construção de uma nova, serviu como escritório da Seção de Construção da Central do Brasil.
Mantendo-se como escritório da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) – criada na década de 1950 com a extinção da Central do Brasil – até meados da década de 1990, abrigou a partir de 1989 o Museu da Ferrovia, destinado à preservação e divulgação da memória ferroviária no país.
Com a privatização da RFFSA, em 1996, o Complexo ficou abandonado até que, em 2000, num convênio firmado entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais – IEPHA/MG e uma empresa de promoções e eventos, realizou-se em suas dependências o Casa Cor 2000, evento que impulsionou a revalorização de tão significativo exemplar arquitetônico e simbólico de Belo Horizonte.
Desde então, o Complexo tem servido como profícuo espaço cultural da cidade, no qual vem sendo realizado enorme número de eventos artísticos e culturais, sendo que a partir de 2005 o espaço está sendo gerenciado, e ocupado, pela Fundação Nacional de Artes – FUNARTE (galpões e pátios) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN (casarão).