Patrimônio Imaterial
Fronteiras geopolíticas não correspondem, necessariamente, às fronteiras culturais e, com a divisão do Estado de Mato Grosso e a criação do Estado de Mato Grosso do Sul, não houve descontinuidade da cultura de tradições. Assim, o Modo de Fazer a Viola de Cocho é um bem imaterial que pode ser encontrado tanto em Mato Grosso como em Mato Grosso do Sul, e foi registrado no Livro dos Saberes, pelo Iphan, em 2005. A Superintendência do Iphan atua, também, na salvaguarda da Roda de Capoeira e do Ofício dos Mestres de Capoeira, bens comuns a todos os estados brasileiro.
Modo de Fazer a Viola de Cocho - É um saber que pode ser encontrado tanto em Mato Grosso como em Mato Grosso do Sul e foi registrado, pelo Iphan, no Livro dos Saberes, em 2005. O encaminhamento do registro sugeriu que as fronteiras fossem redefinidas em termos ecológicos: “baixada cuiabana e adjacências”. Para os cururueiros e mestres da dança do siriri, os produtores da viola de cocho, a continuidade cultural continuou reconhecida. O nome viola de cocho deve-se à técnica de escavação da caixa de ressonância da viola em uma tora de madeira inteiriça, mesma técnica utilizada na fabricação de cochos (recipientes em que é depositado o alimento para o gado). A confecção, artesanal, determina variações observadas de artesão para artesão, de braço para braço, de forma para forma.
O encaminhamento do registro sugeriu que as fronteiras fossem redefinidas em termos ecológicos: “baixada cuiabana e adjacências”. Para os cururueiros e mestres da dança do siriri; dançarinas do siriri, produtores da viola de cocho, a continuidade cultural continuou reconhecida. O Plano de Salvaguarda do Modo de Fazer a Viola de Cocho abrange a baixada cuiabana e adjacências. O nome viola de cocho deve-se à técnica de escavação da caixa de ressonância da viola em uma tora de madeira inteiriça, mesma técnica utilizada na fabricação de cochos (recipientes em que é depositado o alimento para o gado). A confecção, artesanal, determina variações observadas de artesão para artesão, de braço para braço, de forma para forma. Os materiais utilizados tradicionalmente para sua confecção são encontrados no ecossistema regional.
Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira - É um elemento estruturante de uma manifestação cultural, espaço e tempo, onde se expressam simultaneamente o canto, o toque dos instrumentos, a dança, os golpes, o jogo, a brincadeira, os símbolos e rituais de herança africana - notadamente banto - recriados no Brasil. Profundamente ritualizada, a roda de capoeira congrega cantigas e movimentos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia e um código de ética que são compartilhados pelo grupo. Os mestres são detentores dos conhecimentos tradicionais dessa manifestação e responsáveis pela transmissão de suas práticas, rituais e herança cultural. O conhecimento produzido para instrução do processo permitiu identificar os principais aspectos que constituem a capoeira como prática cultural desenvolvida no Brasil: o saber transmitido pelos mestres formados na tradição da capoeira e como tal reconhecidos por seus pares
Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) - Os inventários concluídos pelo Iphan, no Estado, são os do Modo de Fazer Viola de Cocho, da Região Fronteira Erval Sul Mato-Grossense, da Região do Bolsão Sul Mato-Grossense, e o Mapeamento Documental do Patrimônio Cultural Imaterial. Com apoio do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial (PNPI/Iphan) foi realizado o Mapeamento Documental do Patrimônio Cultural Imaterial de Mato Grosso do Sul, um levantamento preliminar para identificar os bens imateriais para registros das suas referências. Os povos indígenas Guarani, Kaiowá, Terena, Kadiwéu, Kinikinau, Guató e Atykum totalizam mais de 50 mil indivíduos em todo o Estado, o que torna perceptível, na cultura local, a sua presença em celebrações, formas de expressão e ofícios, culinária e outras práticas individuais e coletivas.