Patrimônio Arqueológico
O Ceará tem grande potencial arqueológico e conta com significativa ocorrência de sítios arqueológicos pré-coloniais, com uma grande quantidade de sítios cerâmicos e líticos, além de notável presença de grafismos rupestres. Dentre as áreas de interesse arqueológico, destacam-se os sítios litorâneos com vestígios históricos e pré-coloniais, identificados nas proximidades de rios como o Jaguaribe e o Acaraú. Nas regiões do centro-norte do estado (Forquilha, Sobral e Iraçuba), a região de Cariri (Crato e Nova Olinda) e o sertão central (Quixadá e Quixeramobim), destacam-se algumas manifestações rupestres que foram objeto de estudos acadêmicos.
Nos municípios de Tauá, Arneiroz e Morada Nova, foram identificados numerosos sítios líticos formados por grupos caçadores-coletores, enquanto no município de Mauriti, na porção leste do Cariri, foram localizadas aldeias ceramistas, com destaque para a aldeia Tupi-Guarani Anauá, datada do século XIV. Parte significativa dos sítios arqueológicos do estado foi descoberta em projetos de avalação de impacto, no âmbito do Licenciamento Ambiental, fato que alertou para o potencial das pesquisas preventivas na região.
O Iphan financiou, em 2012, escavações arqueológicas na comunidade da Serra do Evaristo, localizada no município de Baturité (área do Maciço do Baturité). Um conjunto de urnas funerárias encontrado parcialmente na superfície motivou a pesquisa e o projeto de escavação do sítio funerário para atender à comunidade quilombola da Serra do Evaristo, certificada pela Fundação Palmares. A importância social e o significativo potencial informativo desse enclave arqueológico da Serra do Evaristo atraíram interessados em parcerias futuras para continuidade da pesquisa, como a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que atua na região desse Maciço.
O Ceará possui uma coleção tombada pelo Iphan, nos termos do Decreto Lei nº. 25/1937, intitulada “Coleção Arqueológica do Museu da Escola Normal Justiniano de Serpa”. A coleção, inscrita no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico em 1941, situa-se em Fortaleza, sendo composta pelas seguintes peças: um vaso de cerâmica indígena encontrado na Gruta de Ubajara; conjunto de 68 peças formadas por arcos e flechas de indígenas do Mato Grosso; um conjunto formado por 22 peças de adornos indígenas; e 04 machados de pedra indígenas.