Patrimônio Mundial
Mais da metade dos bens tombados individualmente, na Bahia, estão em Salvador, dentre eles o Conjunto da Igreja e o Claustro da Ordem Primeira de São Francisco de Salvador, eleito uma das Sete Maravilhas do Mundo Lusófono e referência mundial no estudo da talha e da azulejaria. Entre os séculos XVI e XVIII, além de desempenhar um papel estratégico na defesa e expansão do domínio lusitano, a cidade era o centro do desenvolvimento econômico, cultural e político da Colônia, e passagem obrigatória das embarcações vindas da África e da Ásia. Mesmo com a transferência da capital do Brasil para o Rio de Janeiro em 1763, Salvador manteve sua importância, reforçada pela abertura dos portos brasileiros em 1808. Outros bens compõem o patrimônio cultural reconhecido como Patrimônio Mundial, pela Unesco.
Conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico do centro histórico de Salvador - Primeira capital do Brasil, Salvador foi a maior cidade da América do Sul, durante muitos anos. O centro histórico da cidade, compreendido pela Praça Municipal, Terreiro de Jesus, Caminho de São Francisco, Largo do Pelourinho, Largo de Santo Antônio e Largo do Boqueirão - decorrentes dos traçados de suas ruas, ladeiras e becos - formam um dos mais ricos conjuntos urbanos de origem portuguesa. A cidade possui sete áreas cujos acervos arquitetônicos e paisagísticos são protegidos pelo Iphan: Dique do Tororó; Praça Ana Néri – Largo da Palma; Outeiro de Santo Antônio da Barra; Praça Severino Vieira – Largo da Saúde; Perímetro do Subdistrito da Penha – Área da Igreja do Senhor do Bonfim e seu entorno; Perímetro dos Subdistritos dos Mares e da Penha – Área de entorno das Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, Igreja de Nossa Senhora da Penha, e Igreja e Mosteiro de Nossa Senhora de Monte Serrat; trechos da Avenida Otávio Mangabeira (Orla Atlântica), das praias do Chega Nego até Piatã.
Costa do Descobrimento - Extensa área formada pelas reservas de Mata Atlântica no Sul da Bahia e do Norte do Espírito Santo foi declarada Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1999. O trecho onde desembarcou Pedro Álvares Cabral, em 22 de abril de 1500, tem 11.930 hectares, com 23 áreas de proteção ambiental, sendo 12 em municípios da Bahia e quatro no Espírito Santo, entre os municípios de Regência (BA) e Conceição da Barra (ES). As oito áreas núcleos desse patrimônio natural são: Reserva Biológica do Una, Estação Ecológica de Vera Cruz, Estação Experimental Pau-Brasil, Parque Nacional Pau-Brasil, Parque Nacional do Monte Pascoal, Parque Nacional do Descobrimento, Reserva Biológica de Sooretama e Reserva Florestal de Linhares.
No Parque Nacional do Monte Pascoal localizado no municipio de Porto Seguro e primeiro acidente geográfico observado pelos portugueses, existem espécies raras de orquídeas, de madeiras preciosas e animais ameaçados de extinção como a ariranha. Junto às áreas protegidas, encontra-se uma reserva onde vivem, atualmente, os índios Pataxó, originários de outra região. Além das cidades de Porto Seguro, Vale Verde, Arraial D’Ajuda, Coroa Vermelha, Caraíva, Trancoso e Santa Cruz Cabrália, os sítios arqueológicos são comuns na região. Das nove aldeias jesuíticas fundadas no século XVI, ainda restam quatro, sendo que as demais foram dizimadas por ataques dos índios Aimoré, nos séculos XVI e XVII.
Roda de Capoeira - Reconhecida pela Unesco como Patrimônio Mundial, em novembro de 2014, é uma expressão da brasilidade que reúne cantigas e movimentos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia e um código de ética compartilhados pelo grupo. Os iniciantes são batizados e formados exclusivamente por mestres, que utilizam a oralidade como forma de transmissão do conhecimento, das práticas e de valores afro-brasileiros. Na capoeira estão o canto, o toque dos instrumentos, a dança, os golpes, o jogo, a brincadeira, os símbolos e rituais de herança africana - notadamente do povo Banto - recriados no Brasil.
Samba de Roda do Recôncavo Baiano - A Unesco reconheceu esse bem imaterial como Patrimônio Mundial, em 2005, por sua importância como manifestação musical, coreográfica, poética e festiva da cultura brasileira. Presente em todo o Estado da Bahia, é especialmente forte e mais conhecido na região do Recôncavo, a faixa de terra que se estende em torno da Baía de Todos os Santos. Pode acontecer apenas como diversão coletiva, mas também é associado ao calendário festivo – caso das festas da Boa Morte (em agosto) e de São Cosme e Damião (em setembro) e ao final de rituais para caboclos em terreiros de candomblé. Reúne as tradições culturais transmitidas por africanos escravizados e seus descendentes, que incluem o culto aos orixás e caboclos, o jogo da capoeira e a chamada comida de azeite.