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RIO DE JANEIRO
Seminário debate sobre preservação de bens móveis e integrados, no RJ
Foto: Oscar Liberal/Iphan
De 3 a 5 de dezembro, a Faculdade de São Bento, no centro do Rio de Janeiro (RJ), foi palco do V Seminário Estadual para a Preservação de Bens Móveis e Integrados, uma iniciativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e com apoio do Sítio Roberto Burle Marx (SRBM/Iphan). Promovido em formato híbrido, o evento reuniu especialistas, gestores e interessados na área de restauração e preservação do Patrimônio Cultural, marcando o retorno de um encontro que não era realizado desde 2014 e resgatando um espaço essencial de diálogo para a formulação de políticas públicas que protejam e valorizem a memória cultural do estado do Rio de Janeiro.
Com o tema “Uso das Tecnologias como Ferramenta de Preservação do Patrimônio Cultural Móvel e Integrado”, o seminário contou com palestras de representantes dos departamentos de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam) e de Articulação, Fomento e Educação (Dafe) do Iphan, além da Superintendência do Instituto no Rio de Janeiro. Também tiveram espaço representantes da Polícia Federal, de órgãos ligados à Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro (Secec-RJ) e de empresas de conservação e restauro.
Os debates enfatizaram as possibilidades do uso da inteligência artificial, modelagem 3D e de outras tecnologias na conservação de bens culturais. A programação incluiu palestras sobre o restauro artístico do Edifício Docas de Santos, sede do Iphan-RJ, e análises das obras de Portinari no Palácio Gustavo Capanema. Outro destaque foi a notícia da inserção dos bens integrados na Portaria n° 420, de 22 de dezembro de 2010, uma das novidades anunciadas no evento pela coordenadora-geral de Autorização e Fiscalização do Iphan, Elisa Taveira. 
"O tema de bens móveis e integrados é de extrema importância para o Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização (Depam). Por isso, a partir de 2025, o Iphan passará, de fato, a ter um procedimento de autorização de intervenção em bens integrados. Isso vai contribuir muito para o trabalho dos técnicos do Instituto", avaliou. A portaria nº 420 é um instrumento que detalha os procedimentos a serem observados para a concessão da autorização, determinada no Decreto-Lei 25/37, para a realização de intervenção em bens tombados e respectivas áreas de entorno.
Os procedimentos de monitoramento do mercado de artes e antiguidades também foram abordados no seminário. Prevista desde o Decreto-Lei nº 25/1937, esta atividade é exercida cotidianamente pelos técnicos das superintendências. "O Iphan-RJ recebe um grande volume de processos relacionados a leilões de obras de arte, o que reflete a importância de ações que garantam a proteção e a valorização desses bens móveis", afirmou a superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Patrícia Wanzeller.
O Experimente Cultura, programa que incentiva a experimentação de espaços culturais por meio de visitas virtuais e presenciais, também marcou presença no seminário. Por meio de óculos de realidade virtual, os participantes puderam conhecer como são museus de renome mundial, como o Louvre, na França. A iniciativa reforça a democratização do acesso à arte e à cultura, aproximando o público das discussões sobre a valorização e preservação do Patrimônio Cultural.
O evento foi encerrado com uma visita guiada ao edifício Docas de Santos, um dos únicos prédios remanescentes da abertura da Avenida Rio Branco, cuja restauração, entregue em agosto deste ano, revelou pinturas artísticas de grande valor cultural. A atividade proporcionou aos participantes uma experiência prática de como as técnicas de restauração discutidas no seminário estão sendo aplicadas para resgatar e preservar o patrimônio artístico e arquitetônico do Rio de Janeiro. 
“O seminário já se consolidou como um evento de referência, independentemente da gestão, demonstrando a relevância desse espaço de diálogo para a troca de experiências e o fortalecimento das práticas de preservação”, falou a diretora-geral do Inepac, Ana Cristina Carvalho Silva.
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