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PROGRAMA CONVIVER
Salvador vai ser beneficiada com Canteiros-Modelo de Conservação
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Aproveitando uma semana de agenda cheia em Salvador (BA), o presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, participou, nesta quarta-feira (6), de visitas às regiões da Gamboa e do Centro Histórico de Salvador (CHS), para ouvir as demandas e expectativas dos moradores que serão beneficiados pelo programa Conviver: Canteiros-Modelo de Conservação.
O programa, que o Iphan implementa em cidades históricas do País, oferece assistência técnica gratuita para o desenvolvimento de intervenções de conservação de imóveis tombados, ou que integrem conjuntos urbanos tombados, habitados por famílias de baixa renda. Articulado com universidades e institutos federais, o programa realiza levantamentos da realidade de cada comunidade contemplada, desenvolve projetos para as intervenções arquitetônicas necessárias e promove melhoria habitacional por meio de oficinas de capacitação com alunos, moradores e mão de obra local. Um processo que garante cidadania e dignidade à população, estimula uma atuação socialmente mais responsável dos estudantes e fortalece as cadeias produtivas locais, tudo por meio da preservação do patrimônio.Na comitiva que se reuniu com moradores e lideranças comunitárias da Gamboa e da região do CHS conhecida como “Sétima Etapa” (em referência a um programa de revitalização do Centro iniciado pelo Governo da Bahia em 2000), estiveram presentes também o diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Andrey Schlee, o superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Queiroz, representantes da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), órgão vinculado à Prefeitura de Salvador, além de professores e alunos da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Tanto a Gamboa quanto a região da Sétima Etapa são ocupadas, hoje, por famílias de baixa renda que, sozinhas, não teriam condições de preservar os patrimônios que lhe servem de moradia há tantos anos.
“Essa resposta social que o Iphan está dando, neste momento histórico, é muito importante para fixar a política do Patrimônio Cultural como ferramenta de redução das desigualdades e de combate à pobreza”, afirmou o presidente do Iphan, apontando como a atuação do órgão no passado gerava conflitos com moradores pobres de centros históricos, em nome da preservação do Patrimônio. “Agora estamos olhando para essas pessoas de outra forma, resgatando esse vínculo entre a população e o seu patrimônio cultural, sem afastá-las”, destacou Grass.
Um Iphan mais sensível
A comitiva começou o dia pela comunidade que fica ao lado do Forte de São Paulo da Gamboa, que é abraçado pela Baía de Todos os Santos e tombado pelo Iphan. Por meio do Programa Conviver, as equipes do Iphan e da UFBA já elaboraram projetos de recomposição da muralha, drenagem e pavimentação, que devem ser executados pelos próximos meses. Outro resultado do Programa será a elaboração de um novo projeto de conservação da fortaleza, hoje em ruínas, adaptando-a para abrigar unidades residenciais e equipamentos urbanos de uso público.
A líder comunitária Ana Caminha celebrou que a Gamboa vive um momento especial com um “Iphan mais sensível”. Já a moradora Joelma Souza demonstrou preocupação com a permanência da comunidade no Forte: “Tivemos medo de ser expulsos daqui. Algo importante é que não seja um golpe. Que não seja uma intervenção só para turistas, mas que contemple os moradores sem deixar nossa identidade de lado, nem a história de quem manteve esse local de pé”.
À tarde, a comitiva fez uma visita semelhante à área do Centro Histórico de Salvador conhecida como Sétima Etapa. A região é cercada por casarões seculares que necessitam de manutenção pelos efeitos do tempo e da natureza.
A presença do Iphan no local foi celebrada por moradores, como a dona Jecilda Mello, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico de Salvador (AMACH): “Somos seres humanos e temos o direito a uma moradia digna. Que o exemplo da nossa luta sirva para que novas políticas públicas sejam voltadas para o bem-estar de uma comunidade carente como a nossa”, disse dona Jecilda.
Assessoria de Comunicação Iphan
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