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Natividade (TO)
Ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário passam por melhorias
Na região sudeste do Tocantins, mais especificamente na Chapada da Natividade, encontra-se um bem cultural que recentemente passou por um meticuloso processo de conservação, conduzido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Iphan finalizou os reparos de estabilização estrutural das Ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário, monumento emblemático erguido por escravizados no ciclo do ouro no século XVIII.
Localizadas no Largo do Rosário, na Chapada da Natividade, as Ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário são uma edificação remanescente da arquitetura religiosa do século XVIII, construída em pedra e tijolos artesanais. A obra ficou inacabada e se caracteriza como uma ruína.
As intempéries naturais, causadas pelas frequentes chuvas da região, há muito tempo ameaçavam a integridade dessas ruínas preciosas. A resposta veio na forma de uma intervenção emergencial realizada pelo Iphan. A superintendente do Instituto em Tocantins, Cejane Muniz, ressaltou a importância dessa restauração, afirmando que "é uma entrega de muito valor no estado, estamos falando de um sítio arqueológico histórico, uma referência de uma comunidade quilombola, que vai proporcionar acesso a um patrimônio conservado e garantir que nossa história seja contada para as futuras gerações".
De acordo com a superintendente, a intervenção emergencial concentrou-se inicialmente na estabilização estrutural das ruínas, uma tarefa complexa que enfrentou desafios adicionais à medida que o projeto avançava. O acúmulo de água da chuva no terreno e a saturação do solo circundante surgiram como obstáculos imprevistos, exigindo soluções inovadoras para preservação das ruínas.
Além da conservação estrutural e do estudo arqueológico, o projeto prevê intervenções de paisagismo e requalificação urbana, com objetivo de tornar as Ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário um ponto de encontro para a comunidade, onde o lazer e a cultura possam prosperar. “O objetivo é preservar o passado enquanto se cria um espaço vivo e dinâmico para as gerações presentes e futuras”, informou a arquiteta Karen Antero, do Escritório Técnico do Iphan em Natividade.
Patrimônio Cultural da humanidade
Em 1987, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) oficializou o tombamento do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Natividade, em virtude de sua estreita ligação com o padrão de urbanização do século XVIII. A cidade, dividida em três distintas zonas funcionais - Proteção Histórica, Proteção Ambiental e Expansão - abriga em seu núcleo ruas enfeitadas por casarões e igrejas que narram a riqueza de seu passado. As ruas sinuosas e irregulares preservam uma atmosfera colonial, enquanto o conjunto arquitetônico, marcado pela simplicidade, harmoniza-se com a estrutura urbana e casario modesto.
Nesse cenário, fachadas se dividem entre as que remontam ao apogeu da mineração no século XVIII e as que exibem a exuberância da era pecuarista a partir do século XIX. Hoje, Natividade mantém incólume seu traçado original, protegendo joias arquitetônicas como as igrejas da Matriz e de São Benedito, além das ruínas da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, um verdadeiro ícone representativo do novo Estado do Tocantins.
Assessorias de Comunicação Iphan
Pablo Santos - pablo.santos@iphan.gov.br
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