Reunião discute instalação de Comitê Gestor do Sítio Roberto Burle Marx

No dia 11 de agosto, foi realizada reunião preparatória para a instalação do Comitê Gestor do Sítio Roberto Burle Marx como Patrimônio Mundial. Representantes de órgãos governamentais e da sociedade civil foram convidados a conhecer o Sítio e, por um processo participativo, a apresentar sugestões para a composição desse novo órgão. O Comitê Gestor terá o importante papel de definir as diretrizes e estratégias para a preservação e promoção deste Patrimônio Mundial chancelado pela Unesco em julho de 2021.

Na parte da manhã, no auditório do Prédio da Administração, a diretora do SRBM, Claudia Storino, e o diretor do Departamento de Patrimônio Material (DEPAM) do Iphan, Andrey Rosenthal Schlee abriram o evento. Em seguida, os convidados realizaram visita técnica, conhecendo o Sombral Graziela Barroso e todos os espaços de visitação do Sítio. À tarde, foi composta uma mesa-redonda para apresentação institucional do Sítio, seu processo de candidatura até a inscrição na Lista do Patrimônio da Unesco, além de debate e contribuições dos convidados, que inclusive puderam sugerir outras instituições para compor o Comitê.

A instalação do Comitê Gestor é o próximo passo do processo que resultou no título de Patrimônio Mundial recebido pelo Sítio. Conforme informou a diretora do SRBM, o Comitê Gestor “É um grupo de apoio que tem a finalidade de ajudar o SRBM e o Iphan a proteger aqueles aspectos que são considerados fundamentais para esse Patrimônio Mundial”, acrescentando que o trabalho em conjunto vai fortalecer todas as instituições envolvidas.

O diretor do Depam fez um histórico dos principais momentos que marcaram a relação do Iphan – criado em 1937 como Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) – com a comunidade internacional para a construção das políticas de patrimônio que resultaram na inscrição do SRBM e de todos os patrimônios mundiais brasileiros. Ele salientou a importância da construção dos comitês gestores, que devem garantir a participação social, além da institucional, independente do gestor principal. “O Sítio Roberto Burle Marx é o primeiro na Lista do Patrimônio Mundial que pertence ao Iphan. Temos mais do que obrigação de mostrar que aqui tudo tem de estar muito bem feito, tem ser um exemplo de gestão”, destacou.

Segundo Schlee, para se chegar ao que temos hoje em termos de políticas de patrimônio, o Iphan teve papel fundamental na construção dessas políticas, antes mesmo da criação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), uma agência especializada da ONU, criada em 1946. Ele citou, por exemplo, as primeiras reuniões que estabeleceram as visitas de consultores internacionais ao país.

Outro momento importante, disse, foi marcado pela Convenção de 1972 e a chegada do designer gráfico Aloísio Magalhães à presidência do Iphan. Surgem nessa época as primeiras candidaturas a Patrimônio Mundial: Ouro Preto (MG), São Miguel das Missões (RS), entre outras. O quarto momento só vai acontecer bem mais tarde, já no primeiro governo Lula, quando o Iphan vai “provocar a Unesco e o Comitê do Patrimônio Mundial”.

Schlee ainda ressaltou que, com Luiz Fernando de Almeida à frente do Iphan, surgiu a estratégia de apresentar uma “lista indicativa provocativa”, com o objetivo de “provocar” uma reflexão internacional sobre a mudança no conceito de patrimônio. Nessa lista, figuram, por exemplo, a Casa de Chico Mendes, o Cais do Valongo, o Palácio Gustavo Capanema. Anos mais tarde, também resultam dessa estratégia, o Rio de Janeiro, Patrimônio Mundial na categoria Paisagem Cultural; o Cais do Valongo, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, o próprio Sítio e de Paraty e Ilha Grande.

O diretor do Depam reiterou a importância do Comitê Gestor do Sítio. Segundo ele, o Iphan tem experiência consolidada em bens materiais, mas o SRBM tem fatores naturais que requerem atenção especial, como abastecimento de água e controle de pragas, por exemplo. Por isso, as instituições que farão parte do Comitê Gestor deverão discutir suas atribuições e olhar com carinho para esse bem.

Em seguida, os convidados puderam fazer comentários, dar sugestões de possíveis outros participantes e apresentar o interesse em participar ou não do Comitê que será instalado em breve.

Participaram da reunião representantes do Centro Tecnológico do Exército (CTEx); Centro de Avaliações do Exército (CAEx), Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ); Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac); Instituto Estadual do Ambiente (Inea); Secretaria Municipal de Planejamento Urbano; Instituto Rio Patrimônio da Humanidade; Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos; Secretaria Municipal de Educação; Associação dos Produtores Rurais de Guaratiba; Associação de Amigos do SRBM; Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas; 31º Conselho Comunitário de Segurança (CCS); Batalhão da PMERJ; Guarda Municipal; ONG Defensores do Planeta; e União Sindical dos Trabalhadores do Mar, Campo e Cidades.

Assessoria de Comunicação Iphan
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