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Teatro de Bonecos Popular do Nordeste completa oito anos como Patrimônio Cultural do Brasil
O Teatro de Bonecos Popular do Nordeste envolve a produção de conhecimento criativo, artístico e com uma forte carga de representação teatral. (Foto: João Lucas Santana)
Tradicional brincadeira com origens no hibridismo cultural durante o período de colonização do Brasil, o Teatro de Bonecos Popular do Nordeste (TBPN) celebra o marco de oito anos de registro como Patrimônio Cultural do Brasil. Inscrito no Livro de Formas de Expressão do Patrimônio Cultural Brasileiro desde 05 de março de 2015, o bem cultural possui uma diversidade de temáticas: religiosa, profana ou de costumes populares.
Descrito pelos detentores como uma “brincadeira”, o Teatro de Bonecos pode ser realizado por um brincante ou por um grupo de artistas. Possui elementos de linguagem que o constitui como expressão artístico-cultural em suas diversas formas, além de abranger um corpo bem definido de personagens que encenam enredos curtos.
Originado na região Nordeste, o Teatro de Bonecos é também conhecido como Mamulengo, Babau, João Redondo ou Cassimiro Coco, nomes que são utilizados respectivamente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
O bem cultural
O Teatro de Bonecos Popular do Nordeste envolve, sobretudo, a produção de conhecimento criativo, artístico e uma forte carga de representação teatral. Com encenações de cunho pedagógico, satírico, comunitário e seu caráter multifacetado, a manifestação cultural genuinamente brasileira é praticada desde sempre nas ruas, nas praças e nos espaços públicos.
É feita por um brincante em sua tolda, acompanhado de bonecos, em geral feitos de madeira e à mão, por vezes ladeado por um músico ou uma pequena banda. O Teatro de Bonecos que se desenvolveu no Nordeste sofreu forte influência das culturas africanas e indígenas.
Há pesquisadores que indicam que o teatro de bonecos de cunho popular teve origem em Pernambuco, advindo dos presépios de Natal trazidos pelos padres franciscanos em meados do século XVII.
O Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, em sua configuração tradicional, é praticado por artistas pertencentes às camadas mais populares da sociedade, e a elas preferencialmente se destina.
Promoção e sustentabilidade do Teatro de Bonecos
O Iphan, por meio da política de salvaguarda, reconhece a importância do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste e, ao longo dos últimos oito anos, tem desenvolvido diversas ações de promoção e sustentabilidade, como realização de encontros, publicação de livros, bem como a realização de eventos de apresentações dos bonequeiros. “Se não fosse o trabalho do Iphan nos últimos anos, talvez hoje eu não estaria na cena dos bonequeiros de Brasília”, relata a detentora Fabíola Resende, do grupo de Mamulengo Casa Moringa.
A partir do desenvolvimento dessas ações, o Iphan conseguiu ampliar a identificação do bem cultural no território brasileiro. Atualmente já se sabe que é possível encontrar o Teatro de Bonecos em outras regiões brasileiras, além do Nordeste. “Um brincante de Mamulengo passa o ensinamento para outro, gerando vida e expandindo as fronteiras da expressão”, enfatiza Fabíola.
Devido ao deslocamento das populações de estados nordestinos para os grandes centros urbanos, a manifestação também foi inserida em outras regiões do país. Considerando a grande quantidade de bonequeiros existentes em cidades como Brasília (DF), por exemplo, é possível perceber a assimilação e a releitura do teatro de bonecos popular em contextos distintos.
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