Prêmio Rodrigo: Professores e alunos se encontram para falar de Arqueologia

A criação de oficinas voltadas para educação histórica e educação patrimonial no Museu de Arqueologia (MuArq) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) foi considerada uma iniciativa de excelência no campo do Patrimônio Cultural.

Exposição no Museu(Foto: Muarq).

A iniciativa premiada visa contribuir para a ampliação do conhecimento sobre os objetos materiais, a função social do MuArq, bem como na perspectiva de proporcionar ao grande público o contato com o Patrimônio Cultural da região e na constituição da identidade e cidadania.

As ações do projeto buscam integrar os estudantes do curso de História, Pedagogia e Ciências Sociais da UFMS para que sejam replicadores da salvaguarda e manutenção do museu. E, ainda, a construção de um material didático que seja produzido com os bens patrimoniais do MuArq para inserção nas escolas.

“Na realidade, é uma ação que tem duas frentes, uma delas a formação inicial de professores; e a outra, a criação de atividades educativas em parceria com as escolas, para trabalhar com as fontes arqueológicas, a cultura material, artefatos, objetos, imagens e elementos pré-históricos do estado”, explicou a idealizadora e coordenadora do projeto, Jaqueline Zarbato, que também é pesquisadora e doutora em História.

“Um dos nossos objetivos iniciais, em 2018, era a formação de futuros professores de História e de outras licenciaturas para que utilizassem o MuArq como um espaço de aprendizagem e do saber. A ideia é levá-los ao MuArq para dialogar sobre as concepções arqueológicas e antropológicas, ampliando as possibilidades de educação histórica.”
Coordenadora do projeto, Jaqueline Zarbato .

De acordo com a idealizadora, há uma grande necessidade de abrir as discussões sobre Patrimônio Cultural no ensino da educação básica. E, nos últimos anos, a proposta de atuar com Educação Patrimonial nas aulas de História tem se transformado em um desafio para pesquisadores de várias áreas do conhecimento como a Arqueologia, Antropologia, História, Arquitetura, Arquivologia, Museologia, Artes e outras.

O projeto “Educação Patrimonial e aprendizagem histórica no MuArq da UFMS” contou com a parceria das técnicas e articuladoras do museu: Lia Raquel Toledo Brambilla e Laura Roseli Pael; do professor Dr. Carlos Eduardo Campos (História-FACHUFMS) e da professora Dra. Aline Vieira de Carvalho (Nepam-Unicamp).

A equipe do MuArq desenvolveu atividades de Educação Patrimonial junto a alunos de ensino médio e fundamental de escolas municipais e estaduais de Paranaíba, Aparecida do Taboado, Selvíria, Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Bataguassu, Santa Rita do Pardo, Anaurilândia, Batayporã, Costa Rica, Cassilândia, Paraíso das Águas, Chapadão do Sul, Anastácio, Aquidauana, Miranda, Corumbá, Campo Grande, Sidrolândia, Pedro Gomes, Caracol.

Visitas e exposições do MuArq

Análise de peças líticas(Foto: Muarq).

O MuArq caracteriza-se como um museu de pesquisa e apresenta resultados de mais de 300 sítios arqueológicos, localizados no Mato Grosso do Sul. O acervo da exposição, somado ao da reserva técnica, totaliza mais de 200 mil peças oriundas dessas pesquisas.

Seu acervo comprova que diferentes grupos humanos povoaram a área no passado arqueológico: desde os caçadores-coletores de cerca de 12 mil anos atrás (no final da era glacial), passando pelos produtores da arte rupestre (há oito mil anos), até aqueles que habitaram as margens fluviais, há aproximadamente três mil anos.

Um segundo contexto cultural é o dos indígenas agricultores ceramistas (cerca de 1.500 anos atrás). O conteúdo é apreciado nas visitas às dependências do MuArq, que conta com auditório, onde se apresentam os vídeos, um deles disponível também em libras. Há, ainda, exposição de longa duração, com peças arqueológicas e ilustrações, e espaço lúdico-pedagógico, onde se desenvolvem ações educativas escavando-se uma réplica de sítio arqueológico e pintando os signos pré-históricos.

Faça uma visita ao MuArq:

*Fotos: Acervo Museu de Arqueologia

Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade

A ação “Educação Patrimonial e aprendizagem histórica no Museu de Arqueologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul” foi vencedora do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2021, na categoria “Patrimônio Material”, segmento “Universidades Públicas e Privadas”. Com o objetivo de valorizar e promover ações que atuam na preservação dos bens culturais do Brasil, o Prêmio Rodrigo, este ano, escolheu 12 vencedoras. Cada iniciativa recebe uma premiação de R$ 20 mil.

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