Procissão do Fogaréu: tradição goiana está em processo de registro pelo Iphan

Assim que todas as luzes da cidade se apagam , por volta d e 23 h 59, um grupo de homens vestidos de preto e branco com seus tambores iniciam o compasso da batida que é capaz de ecoar até dentro d e cada coração presente naquele lugar . Em seguida, tochas menores carregadas por quem está assistindo a procissão são acesas , a fim de iluminar o caminho . Q uando tudo está alinhado a o que a tradição diz , os farricocos chegam com suas vestes coloridas e chapéus triangulares para dar início à Procissão do Fogaréu , na cidade de Goiás (GO) .

O processo de reconhecimento da Procissão do Fogaréu de Goiás como patrimônio imaterial teve início em 2020 e aguarda a decisão da Câmara Setorial do Patrimônio Imaterial, grupo vinculado ao Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( Iph an ) , autarquia vinculada ao Ministério da Cultura .

A encenação da procissão, que representa a perseguição a Jesus por seus inimigos, foi reintroduzida nas celebrações da Semana Santa em 1965, por iniciativa da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT). A manifestação ocorre sempre à meia-noite da Quarta-Feira de Trevas e é um dos símbolos da cidade de Goiás. Na procissão, os inimigos de Jesus são representados pelos farricocos, homens descalços vestidos com túnicas e encapuzados, portando tochas acesas.

“O trajeto começa na frente da Igreja da Boa Morte, passando pelas Igrejas do Rosário e de São Francisco de Paula, tendo seu ritmo ditado pela fanfarra que, com diferentes tipos de toques, impõe a marcha dos farricocos”, explica a superintendente substituta do Iphan -GO, Renata Barros.

Patrimônio Mundial

A cidade de Goiás, antiga capital do estado de Goiás , possui um importante conjunto arquitetônico , paisagístico e urbanístico, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ( Iphan ) em 1978, e reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco em 2001. Anualmente, milhares de turistas e religiosos visitam a cidade para acompanhar as procissões, valorizando a cultura e a tradição que são realizadas há anos, além de buscar momentos de fortalecimento da fé e união.