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PRÊMIO
Prêmio Rodrigo: 30 finalistas defendem propostas para Comissão de Mérito
Foto: Mariana Alves/Iphan
A Comissão Nacional de Mérito da 36ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade reuniu-se, entre os dias 13 e 17 de novembro, em Brasília (DF), para avaliar as 30 ações finalistas do concurso, com o objetivo de selecionar as 12 propostas que serão contempladas com a premiação de R$ 25 mil cada. Na oportunidade, por meio de reuniões virtuais, os proponentes fizeram a defesa oral de suas iniciativas e responderam a dúvidas e questionamentos da Comissão, conforme previsto no edital.
A Comissão de Mérito foi integrada por 15 membros, entre diretores e servidores do Iphan, representantes do Ministério da Igualdade Racial (MIR), do Ministério da Educação (MEC), da Fundação Cultural Palmares (FCP) e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), além de professores universitários e detentores de bens imateriais registrados como Patrimônio Cultural do Brasil, todos com reconhecida experiência e conhecimento no campo do Patrimônio Cultural e em temas da educação, da democracia e da igualdade racial.
Comissão de Mérito do Prêmio do Prêmio Rodrigo 2023
Alessandra Ribeiro - Historiadora e Urbanista pela Pontifícia Universidade Católica - Campinas com estudos voltados para a Matriz Africana: territórios, memória e representação. Gestora cultural da Casa de Cultura Fazenda Roseira, Mestre da Comunidade Jongo Dito Ribeiro em Campinas, Mãe de Santo Umbandista/Candomblecista, Coordenadora da Pós-Graduação em Matriz Africana - lato sensu - e consultora especializada em estudos sobre gestão cultural de espaços públicos compartilhados e patrimônio cultural imaterial. Participou de diversas palestras, debates e apresentações no Brasil, Peru, Bolívia, Moçambique, África do Sul e fez parte de comissões de avaliação e formação em comunidades para projetos voltados para cultura negra e salvaguarda do patrimônio imaterial, cartografia social e cultura da paz. Em 2020, foi a primeira mulher negra candidata à Prefeitura de Campinas e lançou, no mesmo ano, o livro ‘Jongo e Ancestralidade na Perspectiva dos Detentores’.
Carlos Neri - Detentor do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (SAT-RN), liderança da Associação das Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro (ACIMRN), membro do Conselho da Roça e do Comitê Gestor da salvaguarda do bem cultural. Atuou diretamente na proposta de pedido de registro do SAT-RN e foi Presidente da ACIMRN, por dois mandatos (2009-2013 e 2014-2017), período em que o SAT-RN foi reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil. Participou, em 2019, da IV Reunião de Salvaguarda do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, quando foram discutidos os objetivos e ações para o Plano de Salvaguarda do bem cultural - a serem realizadas entre 2020 e 2025, sendo, atualmente, uma das referências indígenas para a salvaguarda do SAT-RN e monitoramento do Plano de Salvaguarda.
Claudia Nascimento - Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996) e mestrado em Engenharia Civil pela Universidade de São Paulo (2002). Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Materiais e Componentes de Construção, atuando principalmente nos seguintes temas: restauro, argamassa, revestimento inorgânico para construção civil, fachada e biodeterioração. Engenheira civil do Instituto de Pesquisas Tecnológicas em SP (1998-2007). Engenheira civil do quadro permanente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (2010 - 2023). Tem experiência em análise de processos de licenciamento ambiental no âmbito do Iphan, em função da presença de bens culturais na área do empreendimento. Atualmente, dedica-se à análise de processos de identificação e reconhecimento como patrimônio cultural material brasileiro, por meio do tombamento.
Daisy Santos - Graduada em Museologia (UFBA, 2009), com especialização em Arte e Patrimônio Cultural (Faculdade São Bento da Bahia, 2010) e Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos pelo (Pós-Afro/ UFBA, 2014). Cursa Doutorado em Antropologia pela Universidade Federal da Bahia, com foco na Antropologia do Consumo e etnicidade. Realizou doutorado sanduíche (através de bolsa CAPES) na Parsons School of Design na New School University. Servidora do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), desde 2010, atuando no Museu Casa dos Ottoni (entre 2010 e 2015) e no Museu da Abolição (desde 2015 até o presente momento). Desenvolve editais de concursos de fotografias, exposições e arrolamento de acervos de temáticas africana e afro-brasileira.
Desirée Tozi - Diretora do Departamento de Cooperação e Fomento do Iphan. Graduada em História pela Universidade de São Paulo (USP), com Mestrado em História Social pela mesma universidade e especialização lato sensu em Curadoria e Educação em Museus de Arte pelo Museu de Arte Contemporânea da USP. Especialista em Gestão de Políticas Públicas pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Doutora em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com estágio doutoral na City University of New York (Cuny). Foi Research Associate no Center of Folklife and Cultural Heritage do Smithsonian Institution. Pesquisadora voluntária do Laboratório Milonga/EAUFBA. Atua na área de políticas de patrimônio cultural há mais de 15 anos e é historiadora do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 2010.
Deyvesson Gusmão - Diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan. Graduado em História e Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia. Foi servidor do Estado do Acre (2006-2019), tendo atuado no Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural da Fundação de Cultura Elias Mansour. Trabalha no Iphan desde 2009 e, desde 2019, é servidor efetivo do Instituto, onde também já exerceu as funções de Superintendente do Iphan no Acre e Coordenador-Geral de Identificação e Registro.
Filipe Oliveira - Técnico em História lotado na Superintendência do Iphan no Espírito Santo. Desenvolve trabalhos voltados à história ambiental, história do patrimônio cultural no Brasil e ações de identificação, registro, salvaguarda e revalidação de bens culturais. Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre, Licenciado e Bacharel em História pela Universidade Federal Fluminense.
Giane Vargas - Doutora em Comunicação e Mestre em Patrimônio Cultural pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professora Adjunta da Universidade Federal do Pampa e do Programa de Pós-graduação em Museologia e Patrimônio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGMUSPA/Fabico/UFRGS). Atinúké, especialista em Museologia, Coordenadora da Área de Memória e Patrimônio da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN). Coordenadora do Projeto de Pesquisa ‘Clubes Sociais Negros do Brasil e Uruguai: mapeamento, memória, patrimonialização e Educação para as Relações Étnico-Raciais’. É co-organizadora do Livro ‘Floresta Aurora: 150 anos Fazendo História’. Coordenadora de Formação Continuada para as Relações Étnico-Raciais e Educação Quilombola da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (Secadi/MEC).
Guilherme Bruno - Servidor na Fundação Cultural Palmares, atuando nas funções de Coordenador Substituto de Articulação e Apoio às Comunidades Remanescentes de Quilombo (2018), Chefe da Divisão de Promoção da Cultura Afro-brasileira (2019), e Coordenador de Disseminação de Informações (2021), frente ao licenciamento ambiental, no acompanhamento de parcerias oriundas de emendas parlamentares, na elaboração de Termos de Referência e de Editais Públicos de premiação em vários setores da Fundação.
Jeanne Crespo - Possui Bacharelado e Licenciatura em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002), Mestrado em História Social, com área de concentração em Arqueologia, pela Universidade Federal Fluminense (2006) e Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Minas Gerais (2015). Desde 2006, desempenha a função de arqueóloga no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com atuação nas áreas de Gestão do Patrimônio Arqueológico; Arqueologia em Projetos de Restauração e Requalificação de imóveis protegidos por seu valor cultural; Análises espaciais e georreferenciamento de sítios arqueológicos; Licenciamento Ambiental e Educação Patrimonial. Tem experiência em docência presencial e EaD no ensino superior, em instituições públicas como a Universidade Federal Rural e a Universidade Federal de Minas Gerais; e em instituições privadas, como o Centro Universitário Augusto Motta e o Centro Universitário Carioca.
Juliana Santana - Técnica em assuntos culturais no Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular do Iphan, jornalista, cantora e compositora. Trabalhou no Ministério da Cultura em Brasília, na Coordenação do Programa de Capacitação em Projetos Culturais, e na Representação Regional no Rio de Janeiro, com o Sistema Nacional de Cultura e Pronatec Cultura. Tem especialização em Políticas Públicas de Cultura pela Universidade de Brasília, e em Cidades e Territórios Criativos, pela Universidad Rey Juan Carlos, Madri. Como cantora e compositora, participou de coletivos e bandas no Rio de Janeiro, e tem um trabalho autoral solo lançado nas plataformas digitais, com o nome artístico Ju Santana.
Marcelo Doulgas - Coordenador-Geral de Planejamento e Orçamento do Iphan. Graduado em História pela Universidade Federal de Minas Gerais e Mestre em Ciência Política pela mesma instituição. Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Ministério da Economia desde 1997, com experiência em diferentes áreas de assessoria e gestão pública. Fruto da sua experiência acadêmica pregressa como professor da UFMG, realizou diversas pesquisas que resultaram na publicação de quatro livros na área de administração pública pela Fundação Getúlio Vargas - FGV.
Renata Nascimento - Doutora em História pela Universidade de Brasília (UnB); Mestra em História pela UnB; Especialista em História e Cultura Afro-Brasileira e Africana pela UFG; bacharel em História pela PUC-SP. Desenvolve pesquisas com ênfase nas representações e subjetividades das mulheres negras através do Cinema e da Literatura, numa perspectiva dos feminismos negros e decoloniais; pensamentos negros contemporâneos e a historicidade dos movimentos negros. Tem experiência em gestão pública, consultorias nas temáticas étnico-raciais e gênero, palestras, oficinas e bancas. Docente na UnB das disciplinas Cultura, Poder e Relações Raciais e História e Cinema: perspectivas dos feminismos negros, decoloniais e interseccionais pelo CEAM. Autora da obra “Mulheres Negras em Rio, 40 Graus (1955): Representações de Nelson Pereira dos Santos” – Editora Appris.
Thais Brito - Professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e vice-coordenadora do Programa de Pós Graduação em Arqueologia e Patrimônio (UFRB). Doutora em Antropologia Social (FFLCH-USP). Possui mestrado em Ciências Sociais (PUC/SP 2001), graduação e licenciatura em Ciências Sociais (Unesp -1998). Realizou estágio pós-doutoral em Antropologia Social (FFLCH-USP). É coordenadora do Grupo de Pesquisa Mesclas (certificado pelo CNPq desde 2015), onde atua na Linha de Pesquisa “Interfaces do Espaço, Cultura e Patrimônio”. Coordena o Massapê - Programa de Educação Patrimonial, onde está alocado o Projeto Bordando a Cidade e o GEEP - Grupo de Estudos em Educação Patrimonial. Compôs a equipe para a elaboração do Dossiê "Bembé do Mercado" (instrução do processo de salvaguarda - Livro das Celebrações do Iphan-2019), onde atuou como co-coordenadora da pesquisa e co-diretora do filme "Bembé do Mercado". É parte do corpo de editores da Revista Trilhos. Dentre os interesses de pesquisa estão: etnografia, patrimônio, sociabilidades, narrativas, experiência estética, cultura material e trabalho artesanal.
Kátia Regis - Graduada em História pela Universidade de São Paulo, Mestre e Doutora em Educação pela PUC-SP. Realizou estágios de pós-doutorado em parceria com a Universidade Pedagógica de Moçambique e na Faculdade de Educação da Universidade Púnguè/Moçambique, com pesquisas voltadas ao ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana. Coordenou a entidade do movimento negro Núcleo de Consciência Negra (NCN) na Universidade de São Paulo, foi educadora e coordenadora do Centro de Educação e Organização Popular (Ceop). É Professora Associada III da Universidade Federal do Maranhão (Ufma - Campus São Luís). Docente da Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros (Liesafro/Ufma), iniciativa inédita e inovadora no Brasil implantada em 2015, da qual foi uma das idealizadoras e a primeira coordenadora entre 2015 e 2020. Atualmente, atua como coordenadora-geral da Coordenação de Justiça Racial Internacional na Diretoria de Políticas de Combate e Superação do Racismo da Secretaria de Políticas de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo do Ministério da Igualdade Racial.
O 36º Prêmio Rodrigo
Promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, o Prêmio Rodrigo é a maior premiação concedida a iniciativas de valorização e preservação do Patrimônio Cultural no País. Realizado desde 1987, o concurso deste ano tem como tema “20 anos da Lei nº 10.639/2003: Educação Democracia e Igualdade Racial”, em homenagem à lei que incluiu na grade curricular do ensino básico a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.
O nome do Prêmio é uma homenagem ao advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade, nascido em 1898, em Belo Horizonte (MG). Entre 1934 e 1945, período em que Gustavo Capanema era ministro da Educação, Rodrigo integrou o grupo formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil. Em 1937, esteve à frente da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Iphan, o qual presidiu por 30 anos.
Em 2023, o Prêmio recebeu um total de 374 inscrições, das quais 286 propostas foram habilitadas para a etapa estadual. Após reuniões das 27 Comissões Estaduais, 121 ações foram classificadas para a etapa nacional, cuja Comissão Técnica indicou, dentre essas, as 30 finalistas. Na última fase de avaliação do concurso, são selecionadas as 12 ações vencedoras, que serão contempladas com a premiação de R$ 25 mil cada.
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