Plano de Gestão valoriza o Patrimônio Cultural de Ilhabela (SP)

Um conjunto de ilhas recortado por praias paradisíacas e paisagens de tirar o fôlego preenchem a imaginação quando se trata do município-arquipélago de Ilhabela (SP). Mas além dos atrativos mais conhecidos, o local preserva um vasto Patrimônio Cultural que traduz história e tradição do território de Ilhabela e de seu povo. Vencedora da Categoria I do Prêmio Rodrigo 2021 , a ação Plano de Gestão do Patrimônio Cultural de Ilhabela desenvolveu projetos para identificar, proteger e promover esse acervo plural.

Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Ilhabela, em um ano o Plano de Gestão colecionou conquistas: desenvolver o Inventário do Patrimônio Edificado e Ambiental e o Inventário do Patrimônio Imaterial; conservar e organizar o acervo arqueológico; elaborar legislação municipal de proteção e criação de conselho de preservação; ações de Educação Patrimonial e divulgação; lançar projetos museológicos e de aproveitamento turístico dos sítios arqueológicos e bens históricos, entre outras atividades.

Plano de Gestão do Patrimônio Cultural de Ilhabela-SP (Foto: Divulgação).

No campo do Patrimônio Edificado de Ilhabela se destacam sedes de antigas fazendas em estilo colonial, faróis costeiros e até mesmo a arquitetura modernista, representada em casa projetada por Oscar Niemeyer e com jardins de Burle Marx. Já o patrimônio imaterial da cidade também ostenta variedade com artesanato, patrimônio naval, pesca tradicional, culinária caiçara, medicina popular, festas, lendas, práticas de religiões afro-brasileiras, capoeira, entre outros. O Plano de Gestão também se concentrou sobre a arqueologia, com resgate, conservação e transferência de um acervo de 23 mil peças.

Novos caminhos

Todos esses esforços instituíram uma política de gestão do patrimônio local, que vai continuada para valorizar ainda mais a identidade dos ilhabelenses. “Conseguimos reverter um paradigma que existia na cidade de que o turismo deveria estar sempre voltado para as praias, cachoeiras e trilhas. Não se aceitava o Patrimônio Cultural como atrativo a ser explorado”, explica o historiador e arqueólogo Plácido Cali, proponente da ação.

“A partir dos resultados do Plano, em setembro de 2021 fizemos a musealização e abertura ao público da Fazenda Engenho d’Água, um bem tombado pelo Iphan do final do século XVIII. O local já se tornou o principal ponto turístico da cidade, e recebe cerca de dois mil visitantes por mês. Agora, já estaremos ampliando as áreas musealizadas da Fazenda e criando um novo museu no antigo prédio da Cadeia e Fórum”, complementa Cali, apontando os novos caminhos do projeto.

Realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Prêmio Rodrigo tem como objetivo valorizar e promover ações que atuam na preservação dos bens culturais do Brasil. Este ano, foram escolhidos 12 projetos vencedores. Dez delas são contempladas com R$ 20 mil, e duas são reconhecidas com menção honrosa. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada nesta quarta-feira, 13, a partir das 15h, com transmissão online.

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Daniela Reis
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