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SALVADOR
Patrimônios religiosos recebem investimentos de restauração na capital baiana
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Nesta terça-feira (5), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu continuidade à agenda em Salvador para reforçar as ações do órgão na capital baiana. Durante a manhã, o presidente do Iphan, Leandro Grass, participou da mesa de abertura da 6ª edição do ArquiMemória, encontro internacional considerado o maior e mais importante fórum de debate sobre a preservação do patrimônio edificado no Brasil.
Desta vez, o tema central é “Democracia, Diversidade e Reconstrução”. Além da fala do presidente na cerimônia de abertura, o evento também contou com outros técnicos do Iphan como palestrantes e mediadores de mesas-redondas. Entre os temas debatidos, os desafios das normas de preservação para bens tombados em contextos urbanos; políticas de preservação dos terreiros de candomblé na Bahia; a política nacional de preservação do patrimônio cultural quilombola; e o Programa Conviver – Canteiros-Modelo de Conservação, que o Iphan vem implementando em cidades históricas pelo país.
Tendo o Iphan como um de seus patrocinadores, o ArquiMemória é uma iniciativa conjunta do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), por meio do Departamento da Bahia (IAB-BA), e da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA), para debater ações e avançar em políticas públicas sobre a preservação da memória, sem deixar de lado as questões sociais, étnicas, raciais e de gênero que mobilizam as sociedades ao redor do mundo.
Visita a patrimônios religiosos
No período da tarde, o Terreiro Casa Branca do Engenho Velho recebeu a visita do presidente e do superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Queiroz. Um dos mais antigos terreiros em funcionamento do País – o primeiro a ser tombado, há exatos 40 anos –, o lugar foi beneficiado recentemente com um investimento de R$ 250 mil reais do Iphan, disponibilizados por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), para a elaboração de projetos de restauração, com obras a serem executadas pela Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF).
Na visita, eles entregaram aos representantes do Terreiro um levantamento topográfico e cadastral da área tombada, contratado pelo Iphan no valor de R$ 19 mil, que contém ainda um parecer técnico com medidas a serem adotadas pelo município.
Mãe Neuza de Xangô, a ialorixá da casa, falou sobre os quase 300 anos de resistência do povo de santo e agradeceu ao Iphan pelas quatro décadas de preservação e segurança do espaço. "Mesmo com tanto afunilamento da especulação imobiliária, nós só estamos aqui ainda, no centro da cidade, por conta do tombamento. A única coisa que podemos fazer é continuar lutando contra a intolerância e o racismo. Nossa história não pode ser apagada. Vamos conscientizar os jovens sobre essa responsabilidade para que eles possam continuar nossa luta", disse a ialorixá.
Na sequência, a comitiva do Iphan seguiu para outro rico patrimônio religioso da Bahia: o Convento de Santa Clara do Desterro, mais antigo convento feminino do Brasil. O espaço, fundado por irmãs da Ordem das Clarissas, receberá do Instituto projetos técnicos de restauro, no valor de R$ 187,5 mil, também no âmbito do Novo PAC. A restauração de um dos telhados da igreja do convento será um dos pontos principais do projeto, atendendo a demandas antigas da comunidade.
A madre superiora, irmã Elaine Coelho, lembrou emocionada que já houve dois desabamentos no local, um em 1963 e outro em 1982. “Nunca esse telhado foi mexido. Ele é muito antigo, do século XVII, e isso causa um impacto muito grande. É uma segurança que passamos a ter para ficarmos mais tranquilas. Algumas irmãs choraram quando souberam que conseguimos a verba do Iphan para a restauração", pontuou.
O complexo abriga a igreja, uma escola e um projeto social, com venda de sequilhos e licores artesanais já reconhecidos por turistas. As instalações abrigam também jardins e corredores que encantam os visitantes.
"O convento aponta para essa linha de agregar valor à comunidade”, afirma o superintendente, Hermano Queiroz. “Além da função religiosa, elas cumprem uma função social que abraça a população ao redor e se reinventam para contribuir com o território".
As visitas da tarde de terça-feira foram concluídas na Igreja e no Convento de São Francisco, tombados pelo Iphan, em 1938. O vigário Frei Lorrane recebeu a comitiva do Instituto e agradeceu pela preservação desse patrimônio, que possui o maior acervo de azulejos portugueses fora de Portugal – reconhecido como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo –, recentemente recuperado pelo Iphan com verba do Fundo dos Direitos Difusos (FDD). O Instituto agora está elaborando novos projetos técnicos, no valor de R$ 1,2 milhão, para orientar o restauro dos demais elementos arquitetônicos e artísticos do lugar, incluindo todo o acervo de bens móveis e integrados.
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Assessoria de Comunicação Iphan
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