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Pará, Amapá e Roraima discutem registro do ofício das tacacazeiras
Reunião do Iphan com tacacazeiras do Amapá, realizada no último dia 20, em Macapá. Foto: Iphan-AP
Depois do Amazonas e Rondônia, chegou a vez dos estados do Pará, Amapá e Roraima discutirem com a comunidade e detentoras o processo de registro do modo de fazer e vender o tacacá que caracteriza o trabalho das tacacazeiras. O ciclo de encontros é um dos passos do processo de registro deste ofício como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em Belém (PA), o encontro foi realizado no último dia 20, e em Macapá (AP), no dia 22. Em Boa Vista (RR), a reunião com as detentoras está agendada para o dia 05 de abril.
Os encontros têm como objetivo escutar as detentoras e suas demandas e pensar estratégias de pesquisa e acompanhamento na análise do ofício. Outras reuniões estão previstas nos demais estados da região norte. Os encontros fazem parte da pesquisa que irá gerar os insumos que embasam o processo de registro.
Em Boa Vista (RR), o encontro será realizado no auditório do Centro de Ciências Humanas da Universidade Federal de Roraima (UFRR), às 9h. A reunião é voltada para detentoras e é aberta ao público em geral.
Registro
Em 2010, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), responsável pelo inventário das celebrações e saberes da cultura popular, no qual se destacaram as práticas e modos de fazer relacionados à mandioca no Pará, incluído no Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) em 2006, entrou com o pedido de registro do Ofício de Tacacazeiras na região Norte no Livro dos Saberes.
Uma pesquisa coordenada pela Universidade do Oeste do Pará (Ufopa) irá produzir documentação, fotos e vídeo documentário, em diálogo com detentoras e comunidade, para instruir o processo de registro. A equipe responsável conta com pesquisadores locais em cada um dos estados da região Norte (Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre, Amapá e Tocantins).
O registro tem o objetivo de trazer à luz e valorizar um ofício e um saber que resultam e contribuem para a riqueza cultural do país. O modo de fazer e vender o tacacá envolve a complexidade dos sistemas culinários amazônicos, de um paladar bem específico, amplamente disseminado em vários estados e cidades e imerso em um universo simbólico denso, e uma prática tradicional que é também meio de vida para muitas famílias.
Tacacá
O tacacá é um prato produzido e consumido em diversas regiões da Amazônia brasileira com subprodutos da mandioca, entre os quais o tucupi e a goma, além de camarão seco, jambu e diversos temperos.
O alimento ocupa lugar central dentro de sistemas de relações sociais, comerciais e de significados coletivamente compartilhados. Embora seja feita em datas comemorativas, o tacacá é uma comida de rua, consumida no final da tarde, após as chuvas, nos inúmeros pontos de vendas espalhados pelas cidades do Norte do Brasil.
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