Paço Imperial (RJ) reabre com exposição sobre 7 Povos das Missões

Com realidade aumentada, mostra se adapta a medidas de combate ao novo coronavírus. Créditos: André Brasil

Uma experiência que faz o visitante viajar pela história e pelos caminhos missioneiros: essa é a proposta da exposição 7 Povos: Retratos de Um Território . Com obras que despertam os sentidos, a mostra convida para um percurso pela paisagem cultural das Missões Jesuítico-Guarani . A mostra é gratuita e permanece em cartaz de 25 de fevereiro até 25 de abril.

A inauguração da exposição no Rio de Janeiro (RJ) marca a reabertura do Centro Cultural do Patrimônio - Paço Imperial (CCPPI) , fechado para o público externo desde março de 2020 devido à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Uma série de medidas foi adotada para reforçar a segurança dos visitantes. Aferição de temperatura, uso obrigatório de máscara, monitoramento do fluxo de visitantes, circulação do público com distanciamento social, disponibilidade de álcool em gel, entre outras ações tornam-se essenciais para garantir a reabertura segura do Paço Imperial, um dos principais espaços culturais da cidade.

Idealizada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo e à Secretaria Especial de Cultura –, a exposição integra um projeto de cooperação internacional em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores.

Com curadoria de Cláudia Ardións e projeto expográfico de Suzane Queiroz, 7 Povos desbrava o território, a geografia, a história, bem como a vida sociopolítica e cultural das Missões. Por meio de mapas históricos e contemporâneos, conta a narrativa da ocupação do território no Rio Grande do Sul. Recursos multimídia e de realidade aumentada enriquecem o percurso remoto do visitante pelo sítio histórico.

Além de textos, fotografias e vídeos sobre a região missioneira, o público conta com um aplicativo digital desenvolvido pelo Iphan para potencializar a experiência da visita. Disponível para download gratuito na Google Play e na App Store, a aplicação contém jogos educativos, trilha sonora e recurso para a visualização de conteúdo em realidade aumentada. Deste modo, desloca a interação para os dispositivos móveis individuais, em sintonia com os protocolos para frear o contágio do novo coronavírus.

Lançada nas cidades gaúchas de São Miguel das Missões e Porto Alegre, 7 Povos deixa uma versão da mostra permanentemente exposta em São Miguel da Missões. Após a passagem pela capital fluminense, segue rumo a Montevidéu, no Uruguai.

As Missões Jesuíticas no Brasil

Paisagens exuberantes e tradições seculares atraem turistas de todo o mundo para as Missões. Território carregado de história, lá o encontro de culturas transpôs fronteiras e transformou a cartografia do Brasil. São Nicolau (1626), São Borja (1682), São Luiz Gonzaga (1687), São Lourenço (1691), São Miguel (1687), São João Batista (1697) e Santo Ângelo (1706) formam, no atual território brasileiro, os Sete Povos das Missões.

A origem dos Setes Povos remonta a 1576, quando a Companhia de Jesus iniciou a evangelização dos Guarani que habitavam o local. A partir de então, foram erguidas as reduções jesuíticas, comunidades onde indígenas e jesuítas se dedicavam aos estudos, à música, à escultura, à arquitetura, à agricultura e à catequese. Localizado às margens do rio Uruguai, no território viveram mais de 26 mil indígenas.

A mostra em exibição no Paço sintetiza décadas de trabalho em prol da valorização do Patrimônio Cultural missioneiro. São Miguel das Missões e os remanescentes do Povo de São João figuram dentre os primeiros bens tombados pelo Iphan, em 1938, apenas um ano após a criação do Instituto.

No sítio arqueológico de São Miguel, Lucio Costa projetou o Museu das Missões. O local abriga o maior acervo público de imagens sacra do barroco jesuíta da América Latina. Em 1983, as Ruínas de São Miguel das Missões foram declaradas Patrimônio Mundial. O conjunto também é reconhecido como Patrimônio Cultural do Mercosul.

Já a Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani , foi declarada Patrimônio Cultural Brasileiro em 2014. Em janeiro de 2019, foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Mercosul. Monumento de referência cultural, converge significados e sentidos atribuídos pelo povo indígena Guarani-Mbyá ao sítio histórico que abriga os remanescentes da antiga redução Jesuítico-Guarani de São Miguel Arcanjo.

Serviço:

Exposição 7 Povos: Retratos de um Território

Local: Paço Imperial (RJ)

Visitação : de 25 de fevereiro a 25 de abril

Dias e horários: De terça a sexta, de 12h às 18h / Feriados e fins de semana, de 12h às 17h

Valor: gratuito

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