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PATRIMÔNIO EDIFICADO
Novo sistema de combate a incêndios é inaugurado no Teatro Amazonas, em Manaus (AM)
As intervenções no Teatro Amazonas são mais uma entrega do Iphan em 2021. Créditos: Roberto Castro
Foi realizada nesta terça-feira (7), a cerimônia de entrega dos novos sistemas de combate a incêndio, pânico e proteção a descargas atmosféricas do Teatro Amazonas, em Manaus (AM). Cerca de R$ 2,6 milhões foram investidos a partir da parceria entre governo do Estado do Amazonas e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. Os serviços realizados aprimoraram os sistemas de proteção da edificação, preservando a arquitetura eclética e a memória da chamada Belle Époque amazônica. O evento contou com a presença do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto; da presidente do Iphan, Larissa Peixoto; da superintendente do Iphan-AM, Karla Bitar e demais autoridades.
Iniciado em janeiro de 2020, o projeto contou com a participação da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC), que realizou preliminarmente todo o levantamento de necessidades do imóvel tombado, elaborando as documentações do projeto básico, o que foi fundamental para pleitear os recursos junto ao Fundo de Direitos Difusos (FDD) e posterior licitação pelo Iphan Amazonas.
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto destacou a necessidade do trabalho para um patrimônio tão importante ao Amazonas e ao Brasil. “Estamos cada vez mais aprimorando os nossos prédios históricos e os protegendo de qualquer dano que eles possam sofrer ao passar dos anos. Com este investimento, estamos trazendo o que há de melhor em proteção de incêndios, o que tornará o local mais eficaz em caso de acidentes e dando segurança também aos turistas que venham visitar este imponente prédio”, disse.
As obras no sistema de incêndio incluem a instalação de alarme e mecanismo de detecção de fogo e fumaça via wireless (sem fio), além da implantação de iluminação de emergência. Também foram realizadas a adequação da casa de bombas, a instalação de exaustão de gases e ventilação forçada, assim como a implantação das chamadas fire ball – dispositivo extintor de incêndio com acionamento automático quando em contato com o fogo.
“O Teatro Amazonas é um grande símbolo da história da Amazônia e do Brasil, além de ser um palco ativo para a produção artística. E nós, do Iphan, sentimos grande satisfação em contribuir com a adequação do prédio à legislação e aumentar a proteção do Patrimônio Cultura da população amazonense”, declarou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “Adaptados e seguros, esses bens culturais estão prontos para trazer à tona a memória da formação do povo brasileiro e receber visitantes do Brasil e do exterior, gerando emprego e renda no campo do turismo cultural.”
Durante as obras, os circuitos elétricos do teatro foram revistos, com substituições de cabos elétricos, interruptores, tomadas e perfilados, além da instalação e adequação de quadros elétricos e a mudança de disjuntores. Nas instalações elétricas, ainda foi realizado o melhoramento do Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA): manutenção do sistema de captação de descarga, adequação do subsistema de aterramento e instalação de novo para-raios.
O investimento de R$ 2,6 milhões no projeto é oriundo do Fundo de Direitos Difusos (FDD), coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O FDD reúne recursos provenientes de condenações judiciais, multas e indenizações com vistas à reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Entendidos com reparação à ordem econômica e outros interesses difusos e coletivos, os valores disponíveis são destinados a projetos de instituições públicas e entidades civis a partir de edital de seleção.
O Teatro
Maior símbolo do chamado ciclo da borracha no estado, o Teatro Amazonas foi inaugurado em 1896, quando a emergente demanda por látex no mercado internacional conferiu à Amazônia a posição de maior fornecedora mundial do produto, tendo Manaus (AM) e Belém (PA) como entrepostos comerciais. Pelos rios, a população pobre extraía o látex; nas cidades, as elites se inspiravam na cultura francesa do final do século XIX para conduzir reformas urbanas e culturais: período conhecido como a Belle Époque amazônica.
Concebido para atender a demanda cultural da elite da borracha e recebendo companhias de espetáculos de outros estados e países, o Teatro Amazonas é atualmente uma das edificações mais destacadas do Patrimônio Cultural amazonense. O teatro recebe programações culturais regularmente, momentos em que a população tem oportunidade de conhecer os detalhes arquitetônicos e artísticos do prédio, que é tombado pelo Iphan desde 1966.
Imagens/Crédito: Roberto Castro