Museu Histórico Nacional (RJ) inicia obra de modernização elétrica

Neste mês de setembro, o Museu Histórico Nacional, localizado no centro do Rio de Janeiro (RJ), deu início a um importante processo de modernização de suas instalações elétricas, a pedido da instituição. Implementado no âmbito do PAC Cidades Históricas, o projeto visa oferecer maior conforto para visitantes e funcionários, e mais segurança para o acervo do museu. Por tratar-se de um bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) desde 2009, a proposta de modernização foi analisada e aprovada pela equipe técnica da autarquia.  

Inaugurado em 1922, o Museu Histórico Nacional (MNH/Ibram) está localizado em um conjunto arquitetônico colonial, erguido a partir de um forte para a defesa da cidade do Rio de Janeiro. As novas instalações elétricas foram planejadas levando em consideração o valor arquitetônico tombado do museu, e cada etapa da obra será acompanhada de perto para assegurar que o patrimônio seja preservado.   

Segundo a coordenadora técnica da Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro, Letícia Pimentel, a modernização é necessária devido à constante atualização das demandas de aumento de carga das edificações e ao risco que instalações elétricas antigas podem representar, sobretudo, em estruturas históricas. 

"A adaptação das instalações tem como objetivo assegurar a proteção tanto do patrimônio tombado, incluindo o prédio e o acervo, quanto das pessoas, especialmente considerando o grande fluxo de visitantes no Museu. O aumento da capacidade do sistema elétrico para instalação de sistema de climatização nas áreas administrativas visa proporcionar conforto térmico às equipes do Museu, permitindo que os funcionários possam permanecer em ambientes mais saudáveis e melhorando as condições de permanência em contato direto com o edifício e seu acervo", analisa a coordenadora técnica. 

Foto: Oscar Liberal

Além da modernização elétrica, o projeto prevê intervenções futuras, como a recuperação de telhados e revestimentos, cuja revisão foi feita pela equipe técnica do Iphan entre 2021 e 2022, e a substituição da cobertura do Pátio Principal, seguindo uma recomendação da autarquia. O projeto também incluiu a recuperação do Pátio Santiago, já concluída.  

As obras em curso estão previstas para serem concluídas em setembro de 2025, quando o sistema elétrico já modernizado permitirá a instalação de um novo sistema de iluminação, mais eficiente e sustentável. Realizadas com o apoio do Ministério da Cultura (MinC) e do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), as intervenções fazem parte das comemorações pelos 100 anos da criação do Museu Histórico Nacional. As obras não afetarão o funcionamento do museu, que continuará aberto ao público durante a maior parte do processo. 

História e cultura preservadas 

Em 1603, na área conhecida como Ponta do Calabouço, no centro histórico do Rio de Janeiro, os portugueses construíram a fortaleza de Santiago, que deu origem ao atual Museu Histórico Nacional. Com o tempo, outras construções foram adicionadas, como a prisão do Calabouço (1693), a Casa do Trem (1762) e o Arsenal de Guerra (1764). A região foi uma área militar estratégica até 1908, quando o Arsenal foi transferido. 

Na década de 1920, o local foi reformado para a Exposição do Centenário da Independência. Em 1922, o museu foi aberto ao público para preservar a história do Brasil, com suas primeiras galerias.  

Atualmente, o MHN/Ibram oferece ao público 9.000 m² de área, onde estão distribuídas galerias para exposições de longa duração e mostras temporárias. Além disso, conta com uma loja de souvenirs e publicações, e uma biblioteca especializada em História do Brasil, História da Arte, Museologia e Moda. O museu também abriga o Arquivo Histórico, que guarda importantes documentos manuscritos, aquarelas, ilustrações e fotografias, incluindo obras de Juan Gutierrez, Augusto Malta e Marc Ferrez. O Arquivo Institucional, por sua vez, é responsável pela preservação da memória da instituição. 

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