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Modos de fazer o Queijo Minas Artesanal são reconhecidos como Patrimônio Cultural da Humanidade
A candidatura do bem cultural à lista representativa da Unesco foi apresentada pelo Iphan em 2023. (Foto: Acervo Iphan)
O queijo mineiro é conhecido e adorado pelos brasileiros. E agora, os tradicionais Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal são Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A candidatura do bem cultural à lista Representativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) foi apresentada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em março de 2023. E nesta quarta-feira (04/12), a proposta foi apreciada e aprovada durante a 19ª sessão do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial do órgão em Assunção, no Paraguai.
Feito a partir de técnicas ancestrais, relacionadas à produção de queijo de leite cru, o Queijo Minas Artesanal tornou-se uma importante atividade socioeconômica que promove inclusão e desenvolvimento local, em especial da agricultura familiar. Esse saber-fazer envolve valores culturais, além de conhecimentos e técnicas desenvolvidas geração após geração ao longo de três séculos, tornando o Queijo Minas Artesanal um alimento referencial para a cultura nacional e a identidade local de grupos e indivíduos de diferentes regiões e paisagens de Minas Gerais.
"Este reconhecimento é uma maneira muito especial de preservar a nossa memória, a sabedoria do nosso povo. Agradeço a todos os envolvidos nesta conquista. Um grande viva às comunidades produtoras do queijo artesanal, este alimento que nos traz tantos saberes, memórias e a preservação da agricultura familiar. É a arte de preservar o nosso patrimônio", afirma a ministra da Cultura, Margareth Menezes.
Visibilidade internacional
Desde 2008, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal são reconhecidos como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan, autarquia vinculada ao Ministério da Cultura. O Iphan apresentou sua candidatura à lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco a partir de um requerimento da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
A produção do Queijo Minas Artesanal abrange 106 municípios de Minas Gerais. Em cada região, o queijo remete ao sentimento de pertencimento dos indivíduos a suas comunidades de origem e ao orgulho dos produtores pela qualidade do resultado de seu trabalho cotidiano, que envolve desde o manejo do pasto e cuidado com o bem-estar dos animais até o preparo, zelo e a venda do queijo aos consumidores.
A candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal foi realizada com o apoio e a participação de associações de produtores de queijo e instituições parceiras que protagonizam a salvaguarda do bem: a Amiqueijo, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
O presidente do Iphan, Leandro Grass, acompanhou a votação na reunião da Unesco, no Paraguai. "Após tantos anos de trabalho, um momento histórico para nossa cultura e nosso patrimônio cultural", comemorou. "O queijo não tem valor sem a parte humana, por isso, não é simplesmente o queijo minas que é patrimônio, mas sim os modos de fazê-lo. Por trás da história do queijo minas nós temos a história do Brasil e da agricultura familiar", explicou Grass, após a reunião. “O reconhecimento significa um pacto de cuidado e de preservação deste bem cultural que tem mais de três séculos de existência. Vamos projetar este patrimônio para Minas Gerais, para o Brasil e para o mundo”, destacou o presidente do Iphan.
Patrimônios do Brasil para a humanidade
É a primeira vez que os modos de fazer um alimento brasileiro é eleito Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. No Brasil, já são reconhecidos com esse título o Samba de Roda no Recôncavo Baiano; a Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi; o Frevo: Expressão Artística do Carnaval de Recife; o Círio de Nossa Senhora de Nazaré; a Roda de Capoeira; e o Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão.
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