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PATRIMÔNIIO IMATERIAL
Modo de Fazer Viola de Cocho (MT e MS) e Cachoeira de Iauaretê (AM) são revalidados como Patrimônio Cultural do Brasil
Modo de Fazer Viola de Cocho (MT e MS) teve título de Patrimõnio Cultural revalidado. Crédito: Acervo/Iphan
O Modo de Fazer Viola de Cocho (MT e MS) e Cachoeira do Iauaretê - Lugar Sagrado dos Povos Indígenas dos Rios Uaupés e Papuri (AM) tiveram revalidados seus títulos de Patrimônio Cultural do Brasil. As decisões sobre os dois bens foram aprovadas por unanimidade nesta quinta-feira (09), durante a 99ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.
Conforme o Decreto 3.551/2000, os bens culturais registrados devem passar, pelo menos a cada dez anos, por processos de revalidação dos títulos de Patrimônio Cultural. O objetivo é atualizar informações sobre o bem cultural, avaliar a efetividade das ações de apoio e fomento, conhecer mudanças nos sentidos e significados atribuídos ao bem, entre outras questões que contribuem para a continuidade da salvaguarda desses patrimônios.
Nos últimos meses, o Iphan conduziu reuniões junto a pesquisadores e comunidades detentoras dos dois bens, culminando num parecer técnico de revalidação. O documento foi colocado em consulta pública para que a sociedade em geral pudesse opinar. Encerrado o prazo, o parecer e as manifestações da população foram apreciadas pela Câmara Setorial do Patrimônio Imaterial, que recomendou pela revalidação dos títulos. Por fim, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural votou pelas revalidações.
“Parabenizo a todos pelas aprovações e deixo registrado mais uma vez o empenho do Iphan e do Conselho Consultivo no trabalho incansável em prol da preservação e da promoção do Patrimônio Cultural brasileiro”, destacou a presidente do Iphan, Larissa Peixoto. “Nossa intenção é cooperar para que o serviço público prestado seja cada vez mais eficiente, trazendo maior proteção aos bens culturais reconhecidos pelo Conselho”, acrescentou.
Sobre os bens
Viola de Cocho (MT e MS)
Tradicional nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Modo de Fazer Viola de Cocho é registrado como Patrimônio Cultural do Brasil desde dezembro de 2004. O bem cultural envolve a produção artesanal desse instrumento musical, cuja singularidade reside em sua forma e na sonoridade. Esculpida em uma tora de madeira inteiriça, a viola de cocho é resultado dos saberes que orientam o manejo das matérias-primas típicas da região Centro-Oeste como o sarã-de-leite, ximbuva e o cedro. As comunidades detentoras desses conhecimentos são compostas pelos mestres artesãos que produzem a viola - um elemento fundamental nas rodas de cururu e siriri da região pantaneira.
Para o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI), Roger Vieira, a revalidação do Modo de Fazer Viola de Cocho lança luz sobre o bem cultural frente à sua comunidade: “Isso contribui não só com a salvaguarda desse bem cultural, mas também com a valorização da sonoridade do instrumento e de suas funções nas rodas, festas e celebrações que animam a vida social no Brasil Central”, ressaltou.
Cachoeira Iauaretê (AM)
Também conhecida como Cachoeira da Onça, a Cachoeira de Iarauetê está localizada na região do Alto do Rio Negro, no município de São Gabriel da Cachoeira (AM). O bem é registrado como Patrimônio Cultural do Brasil desde fevereiro de 2006, sob o título de Lugar Sagrado dos Povos Indígenas dos Rios Uaupés e Papuri. É lugar de referência para povos indígenas da região banhada pelos dois rios, a maioria de filiação linguística Tukano Oriental, Aruak e Maku. A Cachoeira reúne pedras, lajes, ilhas e paranás que simbolizam episódios de guerras, morte e aliança em mitos de origem e narrativas históricas desses povos, como a criação da humanidade e o surgimento de suas respectivas etnias.
“Os estudos que instruíram o pleito de revalidação, assim como a reunião do Conselho Consultivo, foram primordiais para que se esboçassem estratégias de salvaguarda para este lugar sagrado”, explicou o diretor do DPI, Roger Vieira. “Isso possibilita a continuidade do trabalho de identificação dos lugares míticos, do entendimento acerca das formas de convivência e dos mecanismos de transmissão dos saberes, identificadores das várias etnias locais”, acrescentou.
Conselho Consultivo
Conduzido pela presidente do Iphan, Larissa Peixoto, conforme Regimento Interno do órgão, o Conselho Consultivo é composto por representantes de instituições públicas e privadas, bem como por representantes da sociedade civil.
Cabe ao Conselho examinar, apreciar e decidir sobre questões relacionadas a tombamentos e registros de bens culturais de natureza imaterial. Ao Conselho também compete opinar sobre saídas temporárias do País de bens protegidos e outras questões propostas pela presidente.
Créditos:
Imagem 2:Acervo/Iphan
Imagem 3: Cachoeira de Iarauetê/Ana Gita de Oliveira
Assessoria de Comunicação Iphan
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