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PATRIMÔNIO IMATERIAL
Missa e roda de conversa marcam celebrações do Dia Nacional das Baianas de Acarajé
Imagem de Oscar Liberal retrata celebração que ocorreu em 2019.
Feijão fradinho, cebola e sal. Talvez você não esteja familiarizado com os ingredientes, mas fritos no azeite-de-dendê esses alimentos são a base para uma das iguarias mais célebres da culinária afro-brasileira: o acarajé. O bolinho faz parte do conjunto de heranças culturais disseminadas pela população africana no país. A continuidade dessa tradição ao longo dos séculos se deve, em grande parte, à dedicação das baianas do acarajé, que tornaram o preparo e a venda desse quitute o seu ofício de vida.
N o Dia Nacional das Baianas de Acarajé , 25 de novembro, a data vai ser celebrada no Rio de Janeiro (RJ) com uma missa, às 1 1 h, na Igreja de Santa Rita, localizada no Centro d a cidade . Sob influência das baianas, a liturgia ganha novas roupagens em momentos como o ofertório e a escolha dos cantos. Após os ritos religiosos, uma confraternização n a Praça Rosas Negras , também situada no Centro , dá sequência ao evento , embalada por uma roda de samba com o grupo P astoras do Aquilah , às 14h.
Além de expor os tabuleiros de acarajé, as baianas vão conduzir uma roda de conversa com o tema “Desenvolvimento e Sustentabilidade da Baiana de Acarajé”, às 15h. P articipam da discussão as detentoras, representantes do Iphan-RJ, da Coordenadoria Executiva de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura do Rio ( Cepir ) e do Conselho Estadual dos Direitos dos Negros ( Cedine ) . As atividades encerram às 17h.
Aberto ao público, o evento é realizad o pel o Comitê Gestor da Salvaguarda do Ofício das Baianas de Acarajé , em conjunto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) , autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo . A iniciativa conta ainda com o apoio do Cedine , da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa (Secec) .
O Ofício das Baianas de Acarajé
Em 2005, o Iphan registrou o Ofício das Baianas de Acarajé , no Livro dos Saberes, como Patrimônio Cultural Brasileiro. Esse bem de natureza imaterial está alicerceado em uma série de simbolismos e expressões culturais , mais extensos do que o bolinho em si. No universo do candomblé trata-se de comida sagrada, ofertada ritualisticamente aos orixás.
Para mu itas baianas , a venda do acarajé constitui o principal meio de sustento próprio e da família , reforça ndo a autonomia das mulheres . O traje da baiana contribui para a aura que permeia o ofício. Turbante, saias armadas, rendas e fitas se distribuem em complexa montagem de panos com significados distintos.
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Daniela Reis
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