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Marco de Touros é transferido para o Museu Câmara Cascudo da UFRN
Preparação do Marco de Touros para o transporte
O Marco de Touros, que remonta aos primeiros anos de ocupação portuguesa no território brasileiro, passa a integrar o acervo do Museu Câmara Cascudo (MCC), unidade especial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O Marco Quinhentista, originalmente fixado no município de Touros (RN), foi o primeiro marco de posse de terra firmado no território brasileiro e encontrava-se no Forte dos Reis Magos, em Natal (RN), desde 1976. No dia 19 de janeiro foi transferido para o MCC por equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da UFRN e do Museu, com apoio da empresa responsável pelo restauro do forte.
De acordo com o superintendente do Iphan no Rio Grande do Norte, Claudio Machado, a transferência foi necessária dada a importância do marco na história do Brasil e do risco para o bem em consequência das obras de restauração pelas quais passa o Forte dos Reis Magos. Além disso, o local não possuía condições adequadas de conservação, devido ao acúmulo de depósitos sobre a rocha calcária. “Buscamos um local de guarda mais apropriado para conservação, preservação, visitações e estudo. O Museu Câmara Cascudo, além de ser o principal expoente no ramo da museologia no Rio Grande do Norte, é também um parceiro prolífico da superintendência do Iphan no Estado”, afirma Claudio Machado.
Para o transporte, o bloco passou por limpeza e envelopamento com ataduras, pranchas de madeira e espuma de propileno expandido, a fim de garantir a integridade física do bem cultural.
Com padrão quinhentista português – confeccionado em pedra lioz, com cerca de 1,60m de altura –, o Marco de Touros ostenta o relevo da Cruz da Ordem de Cristo e a representação das armas do então rei de Portugal, Dom Manuel.
Para o vice-diretor do MCC, Olavo Bessa, tal monumento deve ser exposto com deferência, segurança e destaque. Assim, será necessário pensar uma proposta ampla, que não se restrinja a somente abrigar o monumento, mas também que apresente uma locação que o valorize e proteja, bem como mostre o contexto histórico circundante ao Marco de Touros. Por fim, a mudança visa colocar o bem no itinerário do cidadão potiguar e do turista.
Forte dos Reis Magos
O forte dos Reis Magos foi construído entre 1598 e 1630 na barra do rio Potengi. Seu traçado é atribuído ao padre jesuíta Gaspar de Sampères, de acordo com teorias arquitetônicas renascentistas italianas do século XVI. O desenho da planta possuía a forma clássica do forte marítimo: um polígono estrelado, no qual o ângulo reentrante ficava na direção norte.
Em 1894, o forte deixou de ser considerado um elemento defensivo para o Exército, sendo desativado em 1904. Ainda assim chegou a ser usado durante a 1ª Guerra Mundial. Passou para a guarda da Marinha no início do século XX, quando ocorreu a instalação de um farol que funcionou, também, como morada do faroleiro e sua família. Após sofrer um grave processo de degradação, o forte foi tombado pelo Iphan em 1949, e restaurado entre 1953 e 1958.
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