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Um mês dos atos de 8 de janeiro
Iphan realiza vistorias de acompanhamento das ações de recuperação nas sedes dos três Poderes em Brasília (DF)
Iphan faz vistorias na Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF). Fotos: Mariana Alves
Há exatamente um mês dos atos ocorridos em 8 de janeiro nas sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) está em fase de consolidação dos dados sobre as ações de recuperação dos danos causados ao Patrimônio Cultural Brasileiro. O trabalho está sendo feito por meio de visitas técnicas aos edifícios atingidos e o próximo passo é consolidar as informações em um relatório com um panorama das ações de restauro realizadas nos bens arquitetônicos até o momento. A previsão é que o documento seja finalizado até o início da próxima semana.
“Trata-se de um desdobramento do primeiro relatório que foi entregue à ministra da Cultura, Margareth Menezes, quatro dias após os atos do dia 8”, esclarece o superintendente substituto do Iphan-DF, Thiago Perpétuo “Como resultado das visitas técnicas que estão em curso, vamos elaborar um documento geral descrevendo não apenas o processo de recuperação dos edifícios, que são tombados, mas também identificando a estrutura e as equipes de servidores das casas destinadas à restauração dos bens móveis e integrados”, completa.
Nas duas últimas semanas, foram realizadas vistorias no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), mediadas pelas equipes responsáveis pela manutenção predial e pela restauração de bens culturais e obras de arte. No Palácio do Planalto, a vistoria foi finalizada nesta terça-feira (7); já no STF, a previsão é que o Instituto faça visita técnica até esta sexta-feira (10). Houve também a vistoria à Praças dos Três Poderes, também danificada, bem como ao Espaços Lúcio Costa e ao Museu da Cidade, geridos pela Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal.
Na avaliação do presidente do Iphan, Leandro Grass, o Estado brasileiro tem demonstrado agilidade e eficiência na resolução da crise e nas ações de recuperação do Patrimônio Cultural. "O que observamos até aqui é que, de um modo geral, os edifícios estão retornando ao funcionamento em tempo recorde, proporcionando a abertura do ano judiciário e a posse do novo parlamento em plena normalidade”, ressalta o presidente.
As vistorias compreendem a análise das técnicas empregadas na restauração, acompanhadas de entrevistas com as equipes de especialistas. “Após a realização do primeiro relatório, focado em identificar os danos imediatamente após os ataques, é importante fazer o mapeamento das ações de recuperação para que se tenha uma dimensão mais abrangente dos desafios do processo de restauração", destaca o superintendente.
Segundo Perpétuo, o levantamento servirá ainda para entender qual é a contribuição que o Iphan poderá dar na solução de problemas, ou seja, a ação terá a função de obter um diagnóstico sobre a capacidade de cada instituição atuar em momentos de grande crises como essa e de projetar soluções para o futuro.
Assim que concluído, o documento será compartilhado com as instituições atingidas e encaminhado à Unesco para informá-la a respeito do estado de conservação desses bens culturais, tendo em vista que Brasília é reconhecida como Patrimônio Cultural da Humanidade.
Ações de recuperação
Ações emergenciais já foram realizadas para retomar o funcionamento do Congresso Nacional, como a recuperação das esquadrias de vidro nas áreas de entrada da edificação, a troca de carpetes em parte do Salão Verde (Câmara dos Deputados), bem como a higienização geral dos ambientes, mobiliário e mesmo esculturas e obras de arte integradas ao edifício.
Já em relação à recuperação específica das obras de arte e bens culturais móveis, boa parte já estava em processo de restauro, inclusive, com algumas das peças restituídas ao seu lugar de origem. Ações de maior complexidade, como o restauro de painéis de azulejo de Athos Bulcão e a troca de espelhos quebrados no Salão Azul, ainda estão em curso.
Quanto à Praça dos Três Poderes, o projeto de recuperação está a cargo da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e será encaminhado, quando concluído, ao Iphan-DF para análise e manifestação.
Competência do Iphan
É importante ressaltar que a responsabilidade de vistoriar, oferecer assistência técnica, bem como autorizar as intervenções a serem feitas nos edifícios, restringem-se aos bens protegidos pelo Iphan. São eles os edifícios do Congresso Nacional Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal, Museu da Cidade e Espaço Lúcio Costa, além da Praça dos Três Poderes.
Quanto aos acervos dos edifícios, como quadros e esculturas, as ações de restauração cabem aos departamentos das instituições com essa atribuição, uma vez que tais bens móveis não são tombados pelo Iphan, o que não impede, entretanto, que o Instituto ofereça orientação técnica para a restauração desses bens, quando solicitado.
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