Iphan promove visitas guiadas ao Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado

Nesta semana, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no Espírito Santo (Iphan-ES) realizou visitas mediadas ao Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado, no município de Serra. Os participantes são alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Herbert de Souza. A iniciativa faz parte de uma ação educativa promovida pelo Iphan-ES, em parceria com a Secretaria de Educação de Serra (Sedu). 

Guiados por técnicos do Iphan-ES, os estudantes receberam materiais didáticos com plantas baixas das ruínas da Igreja de São José do Queimado e aprenderam sobre o contexto histórico e arqueológico do local. Há 175 anos, o sítio foi palco da Revolta do Queimado, movimento que ocorreu após negros escravizados não receberem a alforria prometida como compensação pelo trabalho de construção do templo religioso. Cadastrado pelo Iphan, o Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado é composto pelas ruínas, Lagoa das Almas, canal dos escravizados e por um cemitério desativado.  

As ações educativas no Sítio Histórico e Arqueológico de São José do Queimado têm a finalidade de subsidiar o tombamento deste bem cultural em âmbito federal. As visitas também possibilitam experiências de Educação Patrimonial, no contexto da cultura escolar, sobre os movimentos de resistência negra ao processo escravocrata. A iniciativa também auxilia no fortalecimento dos elos identitários e de pertencimento dos estudantes com a história local.  

“A Educação Patrimonial é o mais importante pilar, no qual se apoia a Política de Proteção ao Patrimônio Artístico e Histórico no país. Ela permite que as futuras gerações conheçam e compreendam a importância da preservação da memória do patrimônio em suas mais diversas dimensões e percebam o quão fundamental é protegê-las”, avalia o Superintendente do Iphan no Espírito Santo, Joubert Filho.   

As próximas visitas guiadas acontecem nos dias 23 e 29 de maio, na parte da manhã, com alunos do EMEF Cascata e EMEF Divinópolis, respectivamente. Ao todo, é estimada a participação de 225 estudantes do 8° ano do Ensino Fundamental, série em que os jovens aprendem sobre o processo de resistência e diáspora negra no século XIX.  

O Iphan-ES tem o objetivo de fazer com que essa ação permaneça no quadro da Educação Patrimonial do Espírito Santo. "Diante do sucesso dessa primeira experiência, temos observado que outros diretores e profissionais da educação têm demonstrado interesse em participar da visita", comenta o técnico do Iphan-ES, Filipe Oliveira.  

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