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Iphan promove encontro de gestores do Novo PAC em Minas Gerais
Iphan Novo PAC: Encontro de Gestores em Minas Gerais - Foto: André Brasil/Iphan
Nos dias 14 e 15 de outubro, o auditório da sede da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Minas Gerais foi palco do evento "Iphan Novo PAC: Encontro de Gestores em Minas Gerais". O encontro reuniu gestores, consultores e técnicos para tratar das obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no estado, com o objetivo de alinhar diretrizes e estratégias para a execução dos projetos de preservação do Patrimônio Cultural.
O encontro, que inaugurou uma série de reuniões que serão realizadas também em outros estados contemplados pelo Novo PAC, contou com a participação do diretor do Departamento de Ações Estratégicas e Intersetoriais (DAEI), Daniel Sombra, do coordenador-geral do DAEI, Bruno Salomão, e da superintendente do Iphan em Minas Gerais, Luciana Féres, além de consultores contratados pelo convênio Unesco/Prodoc, gestores das prefeituras beneficiadas, colaboradores e servidores do Iphan em Minas Gerais.
No evento, foram apresentados casos de sucesso das cidades de Diamantina e de Congonhas. O chefe do Escritório Técnico de Diamantina, Junno Martins, destacou que o sucesso das ações está diretamente ligado à continuidade de diversos projetos.
“Diversas ações foram iniciadas e concluídas de forma transversal, abrangendo iniciativas bem variadas, desde a criação de unidades de conservação, até a requalificação urbana de 35 mil metros quadrados do Largo Dom João, uma área fora da zona tombada, além da restauração de bens tombados individualmente. Isso mostra que a ação é bem ampla, indo além das igrejas e dos bens isolados”, pontuou Junno Martins. Ele ressaltou, ainda, a importância do encontro presencial, por “oferecer a possibilidade de apertar mãos e olhar nos olhos, o que facilita muito a compreensão do trabalho e permite um aprofundamento maior nos assuntos. É uma grande troca de informações e experiências”, complementou.
De acordo com a chefe do Escritório Técnico de Congonhas, Marília Sinimbu, nove das 10 ações do PAC de 2013 realizadas na cidade foram concluídas com sucesso. “É incrível ver o impacto dessas obras, sobretudo devido à proximidade constante entre o Escritório Técnico e os gestores da prefeitura”. Para ela, o encontro foi uma oportunidade de compartilhar essa experiência do Escritório Técnico de Congonhas com outras pessoas e cidades. "Isso é muito significativo para que essas práticas possam ser replicadas com sucesso em novas ações”, concluiu.
Obras do PAC em Minas Gerais
Minas Gerais conta com investimentos de mais de R$ 200 milhões em ações, destinados à preservação de seu vasto Patrimônio Cultural, abrangendo 55 ações em 15 municípios, incluindo Belo Horizonte, Cataguases, Mariana, Sabará, São João Del Rei, entre outros. Dentre as ações já concluídas em 2024, destaca-se o Teatro Dom Silvério Gomes Pimenta, em Congonhas, com um investimento de cerca de R$ 19 milhões. A construção do novo teatro complementa o Centro Cultural da Romaria, um dos principais marcos culturais da cidade, ao lado da restauração da imaginária e das peças sacras da Igreja do Rosário, do Senhor do Bom Jesus de Matozinhos e da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
O estado ainda conta com 26 obras em andamento ou prestes a iniciar, distribuídas em diversas cidades. Em Ouro Preto, por exemplo, 11 ações estão aprovadas, incluindo a restauração da Igreja de Bom Jesus de Matozinhos. A primeira etapa dessa obra, iniciada em julho de 2024, tem previsão de término para março de 2026 e um investimento de R$ 3,7 milhões. A obra abrange uma ampla gama de intervenções, desde a recuperação do telhado e reforço estrutural até a restauração dos muros, sendo crucial para a preservação de um dos mais importantes monumentos da cidade.
No Serro, que teve seu conjunto arquitetônico e urbanístico tombado em 1938, oito obras estão em andamento, incluindo a restauração da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição e da Igreja de Santa Rita. Com investimentos de R$ 5,1 milhões e R$ 4,7 milhões, respectivamente, essas obras são fundamentais não apenas para a conservação estrutural, mas também para a preservação dos elementos artísticos integrados que compõem a rica herança cultural da região.
Diamantina, tombada pelo Iphan em 1938, e reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco em 1999, recebe mais de R$ 30 milhões em investimentos, com quatro das seis obras já em andamento. Entre elas, destacam-se a restauração da Antiga Intendência, que será adaptada para uso institucional e cultural, e a revitalização do Antigo Diamantina Tênis Club, que visa restaurar a edificação modernista e revitalizar a área esportiva adjacente.
"Para a cidade de São João del-Rei, as obras trazem inicialmente um grande foco de geração de empregos, especialmente na construção civil, já que muitas intervenções ocorrerão simultaneamente. No futuro, o maior benefício será a possibilidade de uso pleno desses monumentos em perfeito estado de conservação. ", explica Raymara Gama, chefe do Escritório Técnico do Iphan na cidade. Estão previstos investimentos em torno de R$ 54 milhões em importantes bens culturais da cidade, como a Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar, Igreja do Bonfim, Igreja de São Francisco de Assis, Igreja de São Gonçalo e Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Raymara observa que "esses monumentos, que têm mais de 300 anos, nunca passaram por uma restauração. São João del-Rei possui o primeiro conjunto arquitetônico tombado do Brasil, e pensar que nenhum de seus monumentos havia sido restaurado até agora é significativo. Estamos presenciando uma grande valorização do patrimônio cultural brasileiro".
Além das obras em andamento, outras 27 ações têm recursos empenhados, assegurando a continuidade dos esforços de preservação do Patrimônio Cultural em Minas Gerais. "Esses investimentos do PAC em Minas Gerais refletem o compromisso do governo federal, por meio do Iphan, com a proteção e valorização do patrimônio histórico de um estado que abriga um dos maiores acervos de bens tombados pelo Instituto no Brasil”, afirma a superintendente do Iphan-MG, Luciana Féres. “Com 204 bens tombados individualmente e 19 conjuntos arquitetônicos e urbanísticos, totalizando mais de 30 mil imóveis, Minas Gerais é um verdadeiro tesouro cultural”, conclui a superintendente.