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CONSERVAÇÃO
Iphan promove curso sobre preservação de acervos no Rio de Janeiro
Foto: Ana Carla Pereira/Iphan
De 27 a 29 de maio, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) promoveu um evento de qualificação sobre preservação de acervos, com destaque na gestão integrada de pragas e agentes de degradação, assim como no controle destes sem uso de produtos químicos e na conservação preventiva. O curso foi realizado no auditório do Museu Histórico Nacional (MHN/Ibram) e foi dividido em aulas teóricas e práticas que também puderam ser acompanhadas virtualmente.
As manhãs foram dedicadas a seminários que abordaram os riscos ao patrimônio causados por agentes de degradação, métodos químicos tradicionais e soluções atóxicas de desinfestação, controle integrado de pragas, entre outros conceitos. Ministradas pelo conservador e restaurador Stephan Schäfer, e acompanhadas pela equipe técnica da Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro (Iphan-RJ), as palestras foram assistidas por cerca de 150 pessoas, entre servidores do Instituto e de outros órgãos públicos, além de estudantes de Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia e Conservação e Restauração. "Por meio desta iniciativa, queremos agregar conhecimento e contribuir para a conservação preventiva de documentações e obras não só do Rio de Janeiro, mas de todo o Brasil", comenta Schäfer.
"Por meio desta iniciativa, queremos agregar conhecimento e contribuir para a conservação preventiva de documentações e obras não só do Rio de Janeiro, mas de todo o Brasil"
Desinfestação na prática
Durante as tardes, os participantes viram os conceitos debatidos ganharem forma. Para demonstrar o processo na prática, Schäfer montou um microambiente de atmosfera de anóxia em um rádio antigo do Museu, eliminando os insetos por falta de oxigênio, sem utilizar produtos químicos. Por meio de um medidor de oxigênio ligado ao microambiente que envolvia o rádio, todos acompanharam de perto o processo de redução dos níveis de oxigênio para a eliminação de pragas.
As tardes também foram dedicadas a visitas à bolha de desinfestação, desinfecção e secagem, instalada no Palácio da Fazenda para o tratamento do acervo do Iphan-RJ. O Instituto é o primeiro órgão do Brasil a realizar os três processos ao mesmo tempo.
"O curso faz parte do projeto que criamos para o manejo integrado de pragas e conservação preventiva, que irá possibilitar que levemos o acervo documental para a sede da superintendência, que está sendo reformada. Entendemos que o conhecimento atualizado sobre medidas de conservação é uma demanda de diversas instituições, por isso resolvemos disseminar essa técnica também para o público externo", comenta a técnica em Documentação do Iphan-RJ, Rejane Schneider.
A programação do workshop também contou com uma visita técnica à área externa do museu e à sala que abriga a exposição "Do móvel ao automóvel: transitando pela história”, que reúne 27 peças, entre elas veículos da Casa Real portuguesa e da família imperial brasileira, além de um automóvel do início do século XX, que pertenceu ao Barão do Rio Branco. Tendo em vista que as rodas e outros elementos dos veículos são feitos de madeira, o grupo conheceu algumas medidas tomadas pela equipe do MHN/Ibram para eliminar cupins de madeira seca do local e conservar os itens, e deu sugestões para um programa de controle integrado de pragas.
O término do curso foi marcado por uma conversa sobre soluções para desinfecção e secagem de acervos, e preservação de acervos em casos de tragédias que envolvam água ou fogo. Segundo Stephan Schäfer, a anóxia é uma das técnicas mais indicadas para recuperar obras afetadas, nestes casos.
Para Marcelo Lima, chefe do Laboratório de Conservação Preventiva de Documentos da Fiocruz e um dos participantes do curso, os acervos não pertencem às instituições, mas à sociedade. "Os debates levantados durante esses três dias contribuem significativamente para que os profissionais possam perpetuar essas coleções", conclui.
No dia 31 de maio, após a programação oficial do curso, foi formada uma turma extra com interessados em revisar os conteúdos do workshop ministrado nas tardes anteriores. Além do conteúdo teórico, o grupo também acompanhou a montagem de um microambiente de anóxia para a desinfestação de livros infectados.
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Assessoria de Comunicação Iphan
Ana Carla Pereira - carla.pereira@iphan.gov.br
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