Notícias
CASA DO CORDEL
Iphan promove ações com cordelistas durante a Flip 2024
Teodoras do Cordel no Auditório do Areal. (Foto: J.P. Rezek)
De 10 a 13 de outubro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) promoveu uma série de atividades durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no estado do Rio de Janeiro. O Escritório Técnico do Iphan na Costa Verde se transformou na Casa do Cordel, destacando a importância da Literatura de Cordel como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, reconhecido desde 2018. Com uma programação focada no fortalecimento desse bem cultural, a Casa do Cordel reuniu cordelistas, xilogravadores e folheteiros de diversas regiões do Brasil em diversos locais do Centro Histórico de Paraty, promovendo uma imersão no universo da poesia popular. As atividades foram realizadas em parceria com a Secretaria de Cultura de Paraty e o Sesc Paraty.
Segundo a técnica do Iphan-RJ, Livia Lima, a conquista de espaços de divulgação na Flip 2024 foi resultado de ações do Coletivo de Salvaguarda da Literatura de Cordel no Rio de Janeiro e em São Paulo. Junto às superintendências do Iphan nos dois estados, o grupo tem pleiteado uma série de ações para salvaguardar essa manifestação cultural.
“Este foi o quarto ano de participação dos cordelistas nesse evento cultural e literário de importância internacional. Junto ao coletivo de salvaguarda, pretendemos fortalecer parcerias firmadas durante a Flip. Nosso objetivo é elaborar atividades educativas em ambientes escolares, com oficinas sobre xilogravura e a criação de versos em cordel, de modo a colaborar com a formação de público e incentivar a escrita e a leitura desse gênero literário que é Patrimônio Cultural do Brasil”, ressaltou.
A programação, que se expandiu para além da estrutura do Escritório Técnico e se estendeu por espaços como o coreto e o cinema da praça, incluiu o lançamento de livros e folhetos de cordel, além de oficinas de xilogravura, palestras, pocket shows, declamações e apresentações artísticas. Além disso, foram promovidas duas mesas de debate no Auditório do Areal, com a mediação da técnica do Iphan-RJ, Livia Lima. Na primeira, foi discutida a Literatura de Cordel como Patrimônio do Brasil. Já na segunda, foram debatidos os saberes femininos, propondo um diálogo entre as Teodoras do Cordel e mestras da Ciranda de Tarituba, comunidade caiçara de Paraty.
Outro destaque foram as oficinas voltadas às crianças da comunidade quilombola do Campinho e alunos de escolas municipais, incentivando a criação de versos e a prática da xilogravura. Edimilson Santini, Zé Salvador, Patrícia Limaverde, Maria Rosa Caldas e Paola Tôrres, e as mestras Dalinha Catunda, Cleusa Santo e Edimaria foram alguns dos 20 cordelistas que desenvolveram atividades durante o evento.
Literatura de cordel: tradição e poesia popular
O termo "literatura de cordel", originalmente, não se referia a um gênero literário específico, mas ao modo como os livros eram expostos ao público, pendurados em barbantes, em uma espécie de varal. No final do século 19, o cordel se consolidou como parte da cultura brasileira, resultado da interação entre tradições orais e escritas que moldaram a sociedade do país.
Esse gênero literário reflete influências culturais diversas, como as africanas, indígenas, europeias e árabes. Ele se conecta às narrativas orais, como contos e histórias populares, à poesia cantada e declamada, além de incorporar adaptações poéticas de romances em prosa trazidos pelos colonizadores portugueses. Os poetas brasileiros do século 19 reuniram estas diversas influências e criaram uma forma única de poesia, que se tornou uma das mais importantes manifestações culturais do Brasil.
Mais informações para a imprensa
Assessoria de Comunicação Iphan
Ana Carla Pereira - carla.pereira@iphan.gov.br
comunicacao@iphan.gov.br
www.iphan.gov.br
www.facebook.com/IphanGov | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr