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CULTURA E CLIMA
Iphan participa de seminário do G20 sobre cultura e crise climática
(Fotos: Zean Ferreira)
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) participa, nesta semana, do Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima, evento paralelo à 4ª Reunião Técnica do Grupo de Trabalho de Cultura e à Reunião de Ministros da Cultura do G20, que acontece em Salvador (BA). A abertura do Seminário Internacional foi nesta segunda-feira (4), no Centro de Convenções da capital baiana. O evento tem como objetivo discutir o papel da Cultura na sustentabilidade ambiental e na crise climática.
O presidente do Iphan, Leandro Grass, e o superintendente do órgão na Bahia, Hermano Queiroz, participaram da cerimônia de abertura, que contou com a presença das ministras da Cultura, Margareth Menezes, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e da ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, que participou de forma remota.
Grass, que vai mediar, na noite desta terça-feira (5), uma das mesas-redondas do Seminário, sobre Patrimônio e Mudanças Climáticas, falou sobre a atuação do Iphan para a preservação de patrimônios diante de eventos extremos climáticos, com exemplos de uma gestão sustentável. "É prioridade olhar para territórios que historicamente foram pouco ou nada contemplados pela política do Patrimônio Cultural. Essa é uma iniciativa importante porque as comunidades tradicionais, como quilombolas, indígenas, ou aqueles que vivem em áreas estratégicas do ponto de vista ambiental, têm sido atacadas ao longo dos anos. Estamos preparando esses territórios para os eventos climáticos, fazendo com que nosso patrimônio seja preservado, pois os impactos são severos", pontuou.
Ele destacou como saberes dessas comunidades e povos no manejo da terra, como o Sistema Agrícola Tradicional dos povos do Rio Negro, no Amazonas – patrimônio imaterial registrado pelo Iphan –, também podem contribuir com soluções para a mitigação das mudanças climáticas.
O presidente do Instituto defendeu também que é preciso colocar a cultura e o Patrimônio Cultural como grandes ferramentas no desenvolvimento sustentável do país. "O que temos demonstrado é como a união dessas áreas se torna fundamental para esta nova economia verde, limpa e sustentável. A economia criativa, por exemplo, gera empregos e oportunidades para a população, assim como o turismo e outras experiências ligadas ao patrimônio. São iniciativas culturais como os saberes tradicionais dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, o Ofício das Baianas de Acarajé, na Bahia, entre outros".
Já o superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Queiroz, falou da importância do estado sediar essa mobilização global para um dos maiores desafios da atualidade. "A Bahia, sendo um dos estados mais diversos do mundo, está em festa por poder acolher um evento que traz essas duas perspectivas. O G20 dá essa oportunidade de colocar a cultura no centro, junto com o meio ambiente, para buscar construir caminhos focados na sustentabilidade, na valorização dos elementos da natureza e no papel que o homem tem. Quando se fala em cultura, você pensa no humano interagindo diretamente com o meio ambiente", declarou.
Ainda segundo Hermano, combater a crise climática requer também proteger os patrimônios, pois alguns bens dialogam com o meio ambiente. "A partir de políticas públicas consistentes, a gente atua na preservação das nossas memórias. Eu vou dar o exemplo do berimbau, que é o instrumento base da capoeira. Ele é oriundo de uma árvore chamada biriba. Hoje nós temos uma ação de salvaguarda com comunidades quilombolas, na Bahia, que plantam e fazem o reflorestamento em áreas degradadas. A madeira é extraída para fazer berimbaus e, de algum modo, a terra é adubada e trazida de volta à ativa para que aquela comunidade passe a ser uma base econômica para elas”.
Sobre o evento
Evento paralelo ao último encontro do Grupo de Trabalho da Cultura no G20 Brasil, o Seminário Internacional sobre Cultura e Mudança do Clima é uma realização do Ministério da Cultura em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), com apoio do Governo da Bahia, da Prefeitura de Salvador, do BYD, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e patrocínio do YouTube. A iniciativa reúne experiências nacionais e internacionais da cultura para a ação climática. Ao todo, 11 painéis debatem temas diversos como a criação de setores culturais ambientalmente responsáveis em relação às emissões de carbono, justiça climática para artes e cultura e o poder das artes e da cultura para a mobilização social pró-clima.
Assessoria de Comunicação Iphan
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