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PREMIAÇÃO
Iphan homenageia vencedores do Prêmio Luiz de Castro Faria 2024
Em reconhecimento aos trabalhos de pesquisa vencedores do 12º Prêmio Luiz de Castro Faria, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) homenageou seus autores em cerimônia realizada nesta segunda-feira (16/12), na sede do Instituto, em Brasília (DF). Nesta edição, o concurso teve como tema “Arqueologia das Repressões e das Resistências”, campo relacionado à análise de vestígios materiais associados à opressão e luta por liberdade.
Reconhecido como uma das mais importantes premiações do campo da Arqueologia no Brasil, em 2024 o concurso contemplou quatro artigos científicos, divididos em duas categorias: dois relacionados a ações de preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro, e dois relacionados à temática da premiação - a Arqueologia das Repressões e das Resistências.
Durante a solenidade, o presidente do Iphan, Leandro Grass, ressaltou a importância de aproximar a sociedade da Arqueologia. “Os temas dos nossos editais dizem muito sobre o que deve ser a política do Patrimônio Cultural: aberta, popular, menos elitista e mais dialogada com o chão da vida. Assuntos que foram reprimidos ao longo do tempo e precisam ser colocados à tona. É uma reapresentação do Brasil a si mesmo”, disse ele.
A diretora do Centro Nacional de Arqueologia e presidente da Comissão Julgadora do Prêmio, Jeanne Crespo, destacou o papel essencial da Arqueologia na preservação da memória coletiva. “A Arqueologia contribui para a manutenção da diversidade cultural brasileira, protegendo as histórias das populações originárias, das comunidades quilombolas e de outras comunidades tradicionais”, afirmou.
De acordo com Andrés Zarankin, um dos autores do artigo “‘Remoendo’ o passado do DOI-CODI/SP: arqueologia e histórias desaparecidas", premiado em primeiro lugar na categoria II, o trabalho desperta a refletir sobre as raízes do autoritarismo na sociedade. “Ao remoer histórias do passado que nos incomodam, podemos desenvolver reflexões que nos levam a voltar a acreditar nas utopias”, salientou.
Vencedores
Categoria I - Artigo Científico sobre a Preservação do Patrimônio Arqueológico brasileiro
1º lugar
O uso da fotogrametria como um recurso acessível e de baixo custo para a modelagem em 3D das gravuras rupestres do Rio Pirangi - trecho ponte, norte do Piauí - Brasil
Autor: Francisco Gerson Amorim de Meneses
2º lugar
Arqueologia brasileira e ensino escolar: o que pensam professoras e professores da Educação básica?
Autor: Leonardo Waisman de Azevedo
Categoria II - Arqueologia das Repressões e das Resistências em contexto brasileiro
1º lugar
“Remoendo” O Passado Do DOI-CODI/SP: Arqueologia E Histórias Desaparecidas
Autor: Andrés Zarankin
2º lugar
No Corpo Um Vestido De Chita, Garrucha Enfeitada Com Um Laço De Fita? Cangaceiras E Armas À Luz Da Arqueologia
Autora: Luciana Alves Costa
Sobre Luiz de Castro Faria
O museólogo e antropólogo Luiz de Castro Faria (1913-2004) foi um importante articulador das políticas públicas sobre o Patrimônio Arqueológico no Brasil na década de 1960, acompanhado de Rodrigo Melo Franco de Andrade.
Teve influente atuação na promoção das pesquisas arqueológicas, desenvolvidas sobretudo juntamente com o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), instituição na qual foi pesquisador e diretor. Também foi membro do Conselho Consultivo do Sphan (atual Iphan).
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