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PATRIMÔNIO IMATERIAL
Iphan firma termo de colaboração para preservar tradições culturais afro-descendentes em Belo Horizonte (MG)
Guarda Moçambique 13 de Maio, em Belo Horizonte (MG). (Foto: Priscila Musa)
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Minas Gerais firmou um Termo de Colaboração, no valor de R$ 488.762,00, com a organização da sociedade civil (OSC) responsável pelo Reinado 13 de Maio de Nossa Senhora do Rosário. A verba é fruto de emenda parlamentar da deputada federal Aurea Carolina, do PSOL/MG, destinada a projetos de preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro no estado. O acordo, publicado no dia 2 de janeiro, visa promover a manutenção e a valorização das tradições culturais afro-descendentes por meio da realização de festas, oficinas, pesquisa e publicação de um livro.
Tendo como foco as guardas de Moçambique e Congo de 13 de Maio de Nossa Senhora do Rosário, o projeto se destina à salvaguarda das tradições do Reinado, expressão cultural que conta com 34 grupos em Belo Horizonte, com aproximadamente 80 a 120 participantes em cada coletivo tradicional. Além disso, é aberto ao público em geral, visando fortalecer esse patrimônio imaterial junto à população do entorno e de toda a região metropolitana.
O Termo de Colaboração firmado tem como objeto a manutenção do calendário de dez festas tradicionais ao longo de dois anos, como a Festa de Nossa Senhora de Rosário, a Festa de Oxossi, a Festa de Ogum, a Festa dos Pretos Velhos e a Festa de Erês. Além disso, o projeto inclui a realização das Embaixadas do Boi da Manta durante o período de 1° a 13 de maio nos dois anos de execução. Popular na região, o Boi da Manta conta com pessoas vestidas de bois, cobertas geralmente por um manto e mascaradas, que saem às ruas ao som de músicas regionais.
Quatro oficinas também serão oferecidas, abordando temas como capoeira Angola, culinária do Sagrado Afro Mineiro, bordados e confecção de estandartes, e vivências sensoriais - ritmos e toques do Rosário. A iniciativa contempla ainda a realização de uma pesquisa para a publicação de um livro, com tiragem de 500 exemplares, sobre a Guarda Treze de Maio, na perspectiva da atual rainha conga e liderança feminina, Rainha Isabel Casimira Gasparino.
A área de atuação desse projeto está diretamente relacionada à preservação do Patrimônio Cultural material e imaterial brasileiro, destacando-se a relevância dos Reinados e Congados, que estão em processo avançado de registro no Iphan. Há a expectativa de que esse bem seja em breve reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil.
Segundo Daniela Lorena Fagundes de Castro, superintendente do Iphan em Minas Gerais, "o projeto contribui não apenas para a preservação das tradições culturais, mas também para a valorização e a visibilidade das expressões afro-descendentes, combatendo históricas invisibilidades e preconceitos".
Assessoria de Comunicação Iphan
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