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MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Iphan finaliza 1º Ciclo de Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas
Foto: Mariana Alves/Iphan
Após três dias de intensos debates sobre Patrimônio Cultural e mudanças do clima, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), juntamente com o Comitê de Patrimônio e Mudanças Climáticas do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), finalizou, nesta quarta-feira (29/05), o primeiro ciclo de debates presenciais do programa Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas. Após a abertura das atividades em evento paralelo à agenda do G20 no Brasil, na segunda-feira 27/5, o programa teve sequência com encontros setoriais divididos por cada um dos seis principais biomas brasileiros.
Na terça-feira (28/05), autoridades e especialistas internacionais, gestores públicos e detentores de bens culturais brasileiros buscaram identificar os perigos, as vulnerabilidades e os riscos a que os patrimônios culturais de cada bioma do País estão expostos. Já nesta quarta-feira (29/05), os grupos de trabalho propuseram estratégias para enfrentamento dos riscos e iniciaram um mapeamento de potenciais parceiros, públicos e privados, para os objetivos definidos a partir da análise dos resultados preliminares do Formulário de Identificação de riscos. A consulta pública está disponível até 30/06/2024.
Presente nas discussões, o pescador tradicional e líder do povo indígena Guató em Mato Grosso do Sul, Lourenço Pereira, conta que sentiu um misto de emoções durante os debates. Para ele, é lisonjeador estar em Brasília (DF) debatendo sobre clima com autoridades internacionais, mas a emergência climática causa desespero. “Muitas espécies de peixes estão entrando em extinção. Mudamos até o modo de pescar por conta da seca nos rios. Além disso, nossa região tem muito minério ilegal, que também colabora para a piora da situação”, explica.
Para a coordenadora do Sistema Nacional de Patrimônio Cultural, do Iphan, Maíra Torres, os debates sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas foram muito importantes porque o Instituto busca aperfeiçoar seu corpo técnico e fortalecer os demais agentes do Sistema para lidar com essa temática, inclusive na perspectiva da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025. “Os encontros regionais por bioma culminarão na COP30, em Belém (PA), com a apresentação de um documento-síntese das atividades do ciclo, com diretrizes e recomendações para enfrentamento à variabilidade climática”, disse.
COP30
A 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) está prevista para acontecer em novembro de 2025, em Belém (PA). É esperado um fluxo de mais de 40 mil visitantes durante os principais dias da Conferência. Para o coordenador da Rede do Patrimônio Climático (Climate Heritage Network), Andrew Potts, a COP30 será uma grande oportunidade para pautar cultura e patrimônio em face às mudanças climáticas.
“Até agora, as ações e políticas climáticas não estão considerando a dimensão cultural. Porém, temos uma grande oportunidade no Brasil, no ano que vem, para mudar esse cenário”, disse Andrew Potts. O especialista em mudanças climáticas ainda fez um apelo aos participantes do encontro. “Pedimos ao Brasil para se juntar aos países do mundo e fazer da COP-30, em Belém, o lugar onde nós finalmente colocaremos a cultura e o patrimônio no coração das respostas ao clima”, disse.
Desastres naturais parecidos e impactos diferentes
O representante da Confederação dos Profissionais de Redução de Riscos de Desastres Naturais e Mudanças Climáticas da Índia, Repaul Kanji, acompanhou os três dias de debates sobre clima e patrimônio e lembrou da importância da cooperação dos países do G20, visto que os impactos das mudanças do clima são sentidos de maneiras diferentes entre eles. “O mundo está enfrentando esse grande problema. As consequências são sentidas de maneiras diferentes de acordo com a localidade”, alertou Kanji.
“Os perigos do clima são quase iguais quando comparamos Índia e Brasil, mas os impactos são muito diferentes. Isso varia de acordo com a sociedade, a cultura, a infraestrutura e o poder econômico dos países. Os três dias de debates foram a oportunidade para aprendermos juntos e compartilharmos conhecimento para enfrentar a crise climática” explica Repaul Kanji.
Diálogos sobre Patrimônio Cultural e Ações Climáticas
Juntamente com o Comitê de Patrimônio e Mudanças Climáticas do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Iphan busca, de forma participativa, analisar os principais riscos climáticos que afetam ou poderão afetar o Patrimônio Cultural Brasileiro em cada bioma do País, e propor soluções. Um dos objetivos do Ciclo é discutir diretrizes para as políticas públicas de preservação e salvaguarda do patrimônio cultural, a partir de processos de escuta e participação de especialistas, detentores e gestores de cada bioma brasileiro.
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