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PATRIMÔNIO MATERIAL
Iphan faz monitoramento aéreo em conjunto tombado de Petrópolis (RJ)
Imagens capturadas pelo drone proporcionam real dimensão dos impactos das chuvas. Crédito: Mario Vitor Olivetti/Iphan
Um novo recurso tecnológico vai auxiliar na preservação do conjunto arquitetônico e paisagístico de Petrópolis (RJ). Nesta terça-feira (31), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultural e ao Ministério do Turismo, realizou o primeiro monitoramento aéreo dos bens tombados da cidade. A ação foi viabilizada pelo uso de drone, que alçou voos sobre o vasto acervo petropolitano.
A iniciativa inédita do Iphan-RJ se soma a outras ações do Instituto para monitorar a preservação dos bens culturais de Petrópolis, que neste ano foi atingida pelas chuvas mais fortes da sua história. Desde o início da tragédia, a Autarquia tem promovido uma sequência de vistorias e análises nos monumentos. Dados preliminares indicam que, em sua grande maioria, as edificações resistiram bem às intempéries.
A partir de laudos encaminhados pela Defesa Civil, o Iphan delineou um quadro geral da cidade. Com o drone , essa ação será aprimorada: a visão superior e panorâmica do dispositivo oferece um ponto de vista único para o acompanhamento do conjunto tombado. Nesse sentido, o mapeamento aéreo vai contribuir para a elaboração de diagnósticos pós -tragédia.
“É a primeira vez que usamos tecnologia de mapeamento aéreo para conferir o estado do nosso patrimônio. Além da agilidade maior de diagnóstico, o uso da tecnologia vai nos permitir averiguar áreas de difícil acesso ou que possam oferecer riscos à segurança da nossa equipe”, comenta o superintendente do Iphan-RJ Olav Schrader .
Thiago Fonseca, que comanda o Escritório Técnico do Iphan na região serrana do RJ, também ressalta a importância da ação: “A gente não conseguiu chegar a todos os pontos devido à situação de instabilidade dos terrenos. Agora, o drone está nos permitindo compreender a extensão dos deslizamentos desde uma perspectiva que dificilmente poderíamos ter do solo, em trabalho de campo ”, explica.
Outras medidas também estão sendo adotadas para preservação do Patrimônio Cultural petropolitano. A Autarquia está em contato permanente com proprietários de imóveis tombados a fim de orientá-los sobre a conservação dos bens. O Iphan também acompanhou os trabalhos arqueológicos do Palácio de Cristal, cujas prospecções já haviam sido concluídas antes das chuvas.
Entre as boas notícias destaca-se o p rojeto da revitalização da Catedral Imperial de Petrópolis, que será inaugurado em 1 º de julho deste ano. Em curso desde janeiro de 2021, as intervenções contemplaram a i mplantação de uma galeria de arte a utoexpositiva, que promete incrementar a visita de fiéis e turistas. Além disso, foram executados serviços de limpeza; recuperação das fachadas, cobertura e revestimentos interiores; bem como a criação de um circuito visitável no interior da cobertura do templo.
De maneira paralela, foi realizado um amplo e desafiador trabalho de reforço das bases estruturais para impedir o avanço de deformações causadas pela chuva torrencial de 1988. Arqueólogos acompanharam de perto este serviço. As melhorias resistiram à tempestade de fevereiro de 2022, o que indica a qualidade das intervenções realizadas. De caráter multidisciplinar e complexidade logística, as obras foram fomentadas pela Lei de Incentivo à Cultura e acompanhadas pelo Iphan.
Petrópolis é um museu a céu aberto que atrai turistas de todo o mundo. Herdeiro das terras adquiridas pelo pai, Dom Pedro II fundou a cidade e promoveu a sua urbanização, transformando-a na sede da corte imperial nas temporadas de veraneio. Com extensas áreas protegidas a nível federal, Petrópolis reúne história, paisagismo e excelência arquitetônica, constituindo um dos principais marcos do Patrimônio Cultural Brasileiro.
Múltiplos usos do mapeamento aéreo
Fonseca explica que, além do levantamento pós-tragédia, o mapeamento aéreo será aproveitado para gerir a nova área de proteção que será proposta na rerratificação do tombamento de Petrópolis. Tal rerratificação está sendo revista pela área central do Iphan. O uso de drone também vai subsidiar dados de ocupação do solo da cidade, pois a base da Prefeitura está defasada, já que é de 1994.
Fotógrafo e piloto dos drones em uso pelo Iphan-RJ, Mario Vitor Olivetti conta que há uma série de cuidados e regras para levantar voo. “O drone não é um brinquedo ou uma câmera com asas, é um importante instrumento de trabalho que precisa ser usado com bastante responsabilidade”. Para operar são requeridos cadastros com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Também se exige autorização para cada voo, realizada com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo ( Decea ), vinculado à Força Aérea Brasileira .
Imagem aérea registra deslizamento em Petrópolis. Créditos: Mario Vitor Olivetti / Iphan
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Assessoria de Comunicação Iphan
Daniela Reis
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