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RESTAURAÇÃO DE PATRIMÔNIO
Iphan entrega Theatro de Pirenópolis (GO) restaurado após investimento de R$ 5,1 milhões
Fachada do Theatro Sebastião Pompeu de Pina, em Pirenópolis (GO). Fotos: Mariana Alves / Iphan
Construído entre o fim do século XIX e o início do século XX, um dos teatros mais antigos do Brasil Central - o Theatro Sebastião Pompeu de Pina, em Pirenópolis (GO) - foi reaberto ao público após um período em obras de restauração e recuperação arquitetônica. Fruto de um investimento de mais de R$ 5,1 milhões do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as obras devolveram à cidade esse importante espaço cultural, que passará a funcionar também como abrigo para o futuro Colégio Tecnológico do Estado de Goiás (Cotec).
Às 10h do sábado 25/11, a cerimônia de reinauguração do teatro contou com a presença do presidente do Iphan, Leandro Grass, do Secretário de Estado da Retomada do Estado de Goiás, Cesar Moura, e do prefeito da cidade, Nivaldo Antonio de Melo, entre outras autoridades políticas locais.
Parte do acervo patrimonial de Pirenópolis, que tem seu conjunto urbano tombado pelo Iphan, o teatro foi palco de mais de um século de histórias, feitos e fatos - nem todos relacionados às artes.
Idealizado pelo lavrador Sebastião Pompeu de Pina, que terminou sua construção em 1901, com a ajuda de donativos da comunidade, o Teatro de Pirenópolis, como é conhecido, foi intensamente utilizado nas primeiras décadas do século para apresentações de óperas, danças e peças teatrais. A partir de 1945, porém, passaria por um longo período em que se prestou a outras funções. Já foi cinema, serraria, fábrica de móveis, casa comercial, bar, garagem e armarinho. Em 1979, a Fundação Cultural Pedro Ludovico Teixeira (Fumpel), atual Secretaria de Cultura de Goiás, comprou o prédio e o restaurou. Tombado como patrimônio cultural do estado no ano seguinte, levaria mais uma década ainda para, em 1990, voltar a funcionar como teatro. Em 1997, passaria por mais uma restauração, até que, em 2013, correndo sérios riscos estruturais, teria suas portas fechadas novamente para o público. Até agora.
A restauração iniciada em 2019 e concluída neste ano - o projeto teve de ser adiado devido à pandemia - preservou do prédio suas características arquitetônicas originais, como o estilo colonial, a estrutura de madeira e as paredes de adobe, e acrescentou novos equipamentos de segurança e acessibilidade. As obras contemplaram a recuperação de palco, arquibancadas e camarim, modernas instalações elétricas, hidrossanitárias (incluindo drenagem) e de climatização, SPDA (sistema de proteção de descargas atmosféricas), equipamentos de prevenção e combate a incêndio, iluminação de emergência, cabeamentos estruturados, novas poltronas, iluminação interna e externa e banheiros com acessibilidade. O projeto todo foi executado em duas etapas: na primeira, foram investidos R$ 2.160.301,38, e na segunda, R$ 3.026.778,29 – todos recursos do Governo Federal, por meio do Iphan.
“Com muita alegria e muita gratidão, com muita honra, nós devolvemos ao povo de Pirenópolis esse importante teatro. Espero que ele seja palco de cidadania, de muitas oportunidades de vida para todos e todas” complementa Leandro Grass, presidente do Iphan.
“Eu queria agradecer ao Iphan, ao Governo Federal e ao Governo de Goiás por estar devolvendo a nós, pirenopolinos, esse espaço maravilhoso. É muito importante pra nossa cidade esse entroncamento cultural. Vocês puderam ver aqui uma pequena parte da nossa cultura e da nossa tradição, que foi aqui apresentada”, afirmou Nivaldo Antonio de Melo, prefeito de Pirenópolis.
Ele se referia às diversas apresentações realizadas durante a cerimônia de reinauguração do teatro. Entre elas, a Opereta cantada por Séfora de Pina e Geraldo Márcio da Silva, e tocada ao piano por Marco Junior, e a apresentação de “As pastorinhas”. O evento também contou com as músicas de hip hop de Mc Morcegão e da tradicional Banda Phoenix, que neste ano completou 130 anos de existência. Exemplos de uma cidade que valoriza a cultura como elemento central de sua identidade, nas suas diversas manifestações, sejam elas recentes ou centenárias.
Assessoria de Comunicação Iphan