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RESTAURO DO PATRIMÔNIO CULTURAL
Iphan entrega à população alagonana Igreja do Bom Jesus dos Martírios restaurada
Fotos: Rute Barbosa/Iphan
Um projeto meticuloso e extremamente especializado envolvendo um dos mais importantes patrimônios arquitetônicos de Maceió (AL) acaba de ser concluído. Após três anos e um investimento de R$ 6 milhões, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, celebrou na tarde desta segunda-feira (21/8), o término das obras de restauração da Igreja do Bom Jesus dos Martírios, que fica no centro da capital alagoana. Já tendo sido reaberta ao público desde o ano passado, quando da recuperação de sua fachada, a Igreja agora volta a apresentar ao público todo o esplendor original de seu interior.
Presentes na cerimônia, o presidente do Iphan, Leandro Grass, o superintendente do Iphan em Alagoas, Maicon Marcante, autoridades políticas e convidados puderam admirar a beleza das pinturas nas paredes do templo, bem como dos demais elementos que foram restaurados, como altares, sanefas, púlpitos, forros, ornamentos em madeira policromada e pisos. Também fizeram parte do escopo do projeto obras estruturais no edifício, como novas instalações elétricas e hidráulicas, sistemas contra incêndio e pânico, sistema de proteção contra descargas atmosféricas, além de um novo salão externo coberto para eventos.
O conjunto se junta à impressionante visão do exterior de uma igreja que, há mais de um século, chama a atenção de quem passa por sua fachada com cerca de 42 mil azulejos do século XIX – o maior conjunto de azulejos portugueses em uma fachada sacra no Brasil – e pelos complexos embrechamentos em suas torres. Uma opulência para os olhos que quase não guarda mais relação com a origem humilde do templo, construído em 1836 como uma "capelinha de palha, pau a pique, barro e óleo de baleia", como lembrou o Padre Francisco Teixeira de Assunção, na cerimônia dessa segunda-feira. Somente décadas mais tarde, tendo sido salva de arruinamento e adotada pela aristocracia da cidade, a Igreja ganharia as cores e o brilho pelo qual ficaria conhecida, tornando-se uma das mais prestigiosas da capital.
"A beleza dessa igreja nos remete à beleza infinita: a contemplação do belo é uma das vias que nos remete a Deus", disse o Padre Francisco. O sentimento é compartilhado por Dona Antonia Cavalcante de Albuquerque, 63 anos, frequentadora da Igreja dos Martírios há décadas, e que agora nota com admiração o resultado do trabalho de restauração em seu interior. "Achei lindo, parece ouro! Não era tão bonito, esse brilho não existia."
Fazendo referência à rica história da Igreja, Leandro Grass notou em seu discurso tratar-se de um bem que carrega, para além de "muita técnica, também muita simbologia". "O patrimônio é pedra e cal, mas é também a história e a autoestima de um povo", afirmou o presidente do Iphan, que se disse feliz pelo Instituto estar devolvendo mais uma igreja restaurada ao Brasil, uma semana após a entrega da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Duque de Caxias (RJ), como parte do "nosso compromisso de fortalecer os espaços religiosos dos mais diversos matizes".
Assessoria de Comunicação Iphan
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